terça-feira, 11 de junho de 2013

Promotor revela em seu Facebook ‘ódio mortal’ contra manifestantes

“Saudade da época em que era resolvido com borrachada”, diz promotor de justiça sobre protestos. Rogério Zagallo publicou em seu facebook que arquivaria o inquérito de quem matasse os manifestantes contra o aumento da passagem.

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Promotor Rogério Zagallo convocou tropa de choque a assassinar manifestantes

Na última sexta-feira 7, o 1º promotor de Justiça do 5º Tribunal do Júri, Rogério Leão Zagallo, se manifestou em sua conta pessoal no Facebook a respeito dos protestos contra o aumento da passagem do transporte público em São Paulo. Zagallo reclamava do bloqueio, em protesto organizado pelo Movimento Passe Livre, na avenida Faria Lima e na Marginal Pinheiros. Ele disse que sentia saudades da “época em que esse tipo de coisa era resolvida com borrachada nas costas”.

O conteúdo completo da mensagem pode ser conferido na imagem ao lado. Em justificativa publicada posteriormente, Zagallo disse que “qualquer pessoa minimamente dotada de boa-fé perceberia que aquilo jamais poderia representar a verdade ou caracterizar minha forma de atuar como Promotor de Justiça”.

A mensagem postada pelo promotor na sexta-feira ganhou rápida repercussão na internet. O blogueiro Renato Rovai questionou a autoria da mensagem junto ao promotor. Segundo postou em seu blog Rovai abordou Zagallo pela própria rede social no domingo pela manhã e recebeu a confirmação do Facebook de que sua mensagem havia sido visualizada pelo promotor, cerca de uma hora depois. Entretanto, seu questionamento não foi respondido.

O posicionamento de Zagallo veio horas depois, em uma nova postagem também pela sua página pessoal no Facebook. O promotor confirmou ser o autor da frase e explicou que entende “como lícita e válida toda forma de protesto, debate e discussão sobre temas que estão na pauta da administração de uma grande cidade”, e completou dizendo que “sinceramente, acredito que o Movimento Passe Livre exercitou seu legítimo direito ao protesto;”. Entretanto, o promotor afirmou não concordar “com a forma de execução da legítima manifestação do grupo chamado MPL”.

Zagallo disse ainda que o comentário foi fruto de “um desabafo” motivado pelas longas horas de espera no trânsito. “Em face da enorme repercussão do comentário, hei por bem retira-lo de minha página do Facebook”. Consultada, a página do promotor na rede social não contém o comentário inicial, nem a justificativa publicada posteriormente.

Não é a primeira vez que o promotor Rogério Zagallo se envolve em polêmicas à respeito do tratamento dispensado aos criminosos. Em março de 2011, ele pediu o arquivamento de um processo sobre um suposto assalto contra um policial civil que terminou com um suspeito morto sob o argumento de que “bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer”. O crime, considerado pelo promotor como ato de “legítima defesa,” ocorreu em setembro de 2010.

No documento, Zagallo ainda lamentou que “tenha sido apenas um dos rapinantes enviado para o inferno” e aconselhou o policial civil em ação, Marcos Antônio Teixeira Marins. “Fica aqui um conselho para Marcos Antônio: melhore sua mira”.

Abaixo, a íntegra da segunda mensagem postada por Rogério Zagallo no Facebook:

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