Passeata do dia 19/06 em Mato Grosso do Sul. Você viu essa imagem em alguma mídia jornalística?
Hoje não é mais importante saber se este ou aquele é a favor ou não da PEC37 (ou do PEC37) e sim por quais motivos alguém está a dizer que é contra a/o PEC37. Isso porque já está bem esclarecido que não mais de 6% da população sabe o que é PEC e uma parte ínfima conhece o que trata efetivamente a (ou o) PEC37.
Até agora o brasileiro convencional (parafraseando o capitão Nascimento no filme Tropa de Elite) não teve a oportunidade de tomar conhecimento sobre o que realmente é o Projeto de Emenda Constitucional nº 37 de 2011, o nome verdadeiro da (ou do) PEC37.
As redes de TV, radio, jornais, sites de notícias só se reportam ao projeto como sendo “PEC da impunidade”, “PEC que tira os poderes do MP de investigar” e outras designações que fazem com que o indivíduo comum já tome uma decisão simplesmente por ouvir o apelido depreciativo. O termo “PEC da legalidade” foi banido da mídia ao ponto de ninguém mais se lembrar de sua existência.
As pesquisas para “medir” a vontade do povo também são muito bem articuladas para que seja obtido o resultado desejado: “Você é contra ou a favor da PEC que tira o poder do Ministério Público de combater a corrupção?” Até quem é favorável ao projeto votaria contra, é a capacidade de manipulação da língua portuguesa. Será que alguém, em sã consciência, é favorável a algo que venha a ser bom para a corrupção? Daí o resultado das pesquisas.
Panfletagem em Campo Grande/MS no domingo (23/06/2013)
Por outro lado, quem é capaz de ser a favor de algo que não tem ninguém participando a seu favor? A Rede Globo (incluindo TV, radio, jornal, internet etc.) se posicionou contrária ao PEC37 a ponto de não produzir qualquer imagem favorável ao movimento. Logo depois essa mesma tendência foi absorvida por praticamente todos os outros meios noticiosos. Seus empregados, que têm a capacidade de entrar na casa de milhões de pessoas sem pedir licença, simplesmente “saltando” das telas das TVs, dos computadores ou das ondas dos rádios para dentro de nossas cabeças estão munidos de baldes, vassouras, rodos e detergentes para lavar o cérebro de cada um que se prontifique a dar dois segundos de atenção ao que dizem e mostram. Porém, a “lavagem cerebral” que as redes de comunicação fazem é diretamente proporcional ao interesse ou lucro de seus proprietários, mas nós não conseguimos visualizar isso.
E qual seria o lucro ou vantagem que os proprietários das empresas de jornalismo teriam caso se posicionassem contrários à PEC37 ao ponto de fazer inserções de propaganda em horário nobre? A resposta é simples e evidente, todavia camuflada de forma a não ser percebida pelo público em geral. Quem se põe contra o projeto e propagandeia contra a/o PEC37 não “chama para si” a sanha do Ministério Público. Só isso já é o suficiente para fazer cada dono de jornal, de radio ou TV determinar a seus repórteres e jornalistas que não deixem vazar qualquer notícia favorável ao movimento da ADEPOL, da OAB, da AGU, das Defensorias etc. e muito menos que se posicionem de forma a irritar o poderoso MP.
E o que acontece com aquele que se põe não favorável ao projeto de (ou da) emenda constitucional 37? Nada. Os delegados, advogados, doutrinadores, estudiosos não vão atacar ou prejudicar quem quer que seja porque foi contra ao PEC37. Mas é sabido que o inverso não é verdadeiro. Se algum integrante do Ministério Público resolver que determinada antena de radio de uma transmissora de AM ou FM do interior está ferindo o meio ambiente manda lacrá-la. Imagine se algum promotor da Justiça do Trabalho cismar que um jornal está se utilizando de trabalho escravo na medida em que não dá este ou aquele direito – pronto está feito o tumulto – “parem as rotatórias chegou o MP”.
De nada adianta alguém saber da teoria de Joseph Goebbels, o chefe da propaganda nazista, que dizia: “uma mentira contada mil vezes se torna verdade”. A lavagem cerebral é tal que quando um Datena, um Jabor ou um William Bonner opina contrariamente ao PEC37 milhões imediatamente repetem o dito, pouco importando se é verdade, mentira ou opinião pessoal. Ainda mais considerando o fato de que é muito mais fácil ser contra do que a favor … destruir sempre foi mais simples do que construir.
E assim a população é tratada como gado, “tocada” deste para aquele lado conforme a vontade dos que tem dinheiro para investir na propaganda ou poder para intimidar quem quer que se coloque no caminho. Os legisladores, por suas vezes, acabam também sendo manipulados por essa força invisível na medida em que acabam tendo que acatar a vontade dos que gritam mais alto – do poder econômico. E a população, de seu lado, acha que está ganhando sem saber se o que afirma é ou não bom para seu próprio futuro. Não é capaz de avaliar que às vezes o remédio propagandeado é, na realidade, um veneno que poder matá-la, mas acredita no ator contratado para divulgar o produto. Se o possuidor do antídoto não tiver tanto dinheiro e poder para se contrapor à propaganda da poção a morte será certa.
A aprovação ou rejeição da PEC37 não tem nada a ver com o fato dela ser boa ou não para o Brasil. O projeto será rejeitado para calar a gritaria, mesmo que venha a trazer prejuízos incalculáveis ao Estado Democrático de Direito que também a maioria não sabe o que é, mas fica repetindo porque é bonito. O povo não quer saber se no restante do mundo civilizado o MP não investiga na fase policial, quer tão somente repetir (acreditando) que só em Uganda, Quênia e Indonésia o MP não pode investigar. Não observou ainda que os nomes dos países foram escolhidos aleatoriamente, poderia ser Nigéria, Coréia do Norte e Somália que a grande massa acreditaria porque até agora nenhum dos que repetem o chavão se deu ao trabalho de pesquisar a constituição da ex-ditadura de Idi Amin, o pobre Quênia ou a imperiosa Indonésia. Se tivessem o trabalho de analisar as leis desses países haveriam de descobrir o engodo.
Esse artigo não tem o objetivo de convencer ninguém a ser favorável à (ou ao) PEC37, mesmo sendo sabido que somos terminantemente contra a ditadura do Ministério Público e sua desesperada fome de poder, mas com a finalidade de questionar a você leitor: efetivamente você sabe o que é a (ou o) PEC37? Será que tira realmente poderes do MP ou isso é uma propaganda enganosa para fazer você comprar gato pensando que é coelho? Será que no momento em que você levanta a placa “NÃO A PEC37” você avaliou as consequências de seu ato e que pode estar sendo usado para aprovar algo que será prejudicial aos seus filhos e netos?
A propaganda ariana matou milhares de pessoas entre judeus, ciganos, negros, homossexuais etc. sob o argumento de que eram seres imprestáveis. Milhões de alemães não contestaram porque acreditaram na mídia de Hitler. A Escola de Base de São Paulo foi destruída porque os jornais publicaram que os professores estavam envolvidos com pedofilia … depois provou-se que era mentira … mas o mal já estava feito. Oswaldo Cruz, no início da década de XX foi criticado e desmoralizado pela imprensa porque queria vacinar em massa a população carioca contra a peste dos ratos, isso porque a imprensa estava a serviço das indústrias farmacêuticas que não se interessavam pela cura e sim na venda de remédios inócuos contra a febre.
E se o PEC37 for a vacina de Oswaldo Cruz para o efetivo combate á corrupção e você está sendo levado a crer justamente ao contrário pelo poderio investido em uma campanha milionária com dinheiro público contra o PEC37? Qual a razão de não ser divulgado na mídia as manifestações favoráveis ao PEC37, as manifestações feitas nas ruas, as panfletagens? Analise, questione, o brasileiro não pode mais ser considerado uma marionete e ser manipulado de acordo com interesses de terceiros. O cidadão deve ter o direito de escolher o que é melhor para ele mesmo, porém precisa ter acesso a informações limpas, claras e isentas, sob pena de acabar sendo contra ao remédio que poderá salvá-lo.
Fonte: http://brasilverdade.net/o-poder-alucinatorio-da-midia/#more-3699
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