O ministro da Educação vira principal interlocutor do governo em meio aos protestos e eleva rumores sobre migração na Esplanada.
Mercadante fala sobre plebiscito da reforma política, ao lado de José Eduardo Cardozo (E) e Eduardo Campos.
Por onde anda a ministra-chefe da Casa Civil? Na semana em que a presidenta Dilma Rousseff faz um de seus discursos mais importantes desde que foi eleita, a principal interlocutora do governo federal saiu dos holofotes.
Em seu lugar, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assumiu o papel de porta-voz do governo que acabava de anunciar uma proposta de plebiscito sobre a reforma política. Coube a Mercadante anunciar a decisão do governo em recuar sobre a Constituinte para lançar um plebiscito sobre o tema.
Nesta quinta-feira 27, em reunião com a base aliada para discutir a proposta de plebiscito para a reforma política, Gleisi Hoffmann, estranhamente, ficou ausente. Diferentemente de Mercadante, que estava à direita da presidenta, lado a lado do vice Michel Temer.
Depois da reunião, novamente estava lá o ministro da Educação para falar sobre dois temas considerados “essenciais” para o plebiscito: o financiamento de campanha e o sistema de votação eleitoral.
Apesar de a assessoria de imprensa da Casa Civil garantir que tudo segue dentro da “normalidade”, nos corredores do Ministério da Educação (MEC) já há rumores sobre a suposta substituição de Gleisi por Mercadante. Coincidentemente, não houve agenda pública do MEC com a presença do ministro nos últimos dias.
A troca deve acontecer em questão de dias, de acordo com um funcionário do MEC. Enquanto isso, o secretário-executivo da pasta, José Henrique Paim Fernandes, já é chamado de ministro interino nos bastidores.
Desde setembro do ano passado, petistas estariam tentando emplacar o nome de Mercadante na Casa Civil. A mudança teria apoio do PT do Paraná, base de Gleisi Hoffman. Para alguns correligionários, para se candidatar ao governo do estado, Gleisi deveria voltar para o Senado e se cacifar para enfrentar o tucano Beto Richa, o atual governador.
A ideia voltou a ganhar fôlego em meio aos protestos que tomaram as ruas do País. Mal vista após reconhecer que havia falhas da Funai no processo de demarcação de terras indígenas, a ministra ficou em maus lençóis depois que foi obrigada a retificar as informações sobre as tarifas de ônibus em São Paulo no dia 18.
Depois de informar que, com as desonerações feitas pelo governo federal, os municípios poderiam fazer reajustes menores ou até mesmo reduzir o preço das passagens (em até 0,23 centavos na cidade de São Paulo), o prefeito Fernando Haddad desmentiu a ministra, dizendo que “o reajuste da tarifa de ônibus no município já foi feito com base nas desonerações do governo federal". "A tarifa em São Paulo já foi reajustada com a desoneração que seria possível. Se levássemos em conta a inflação, o valor ficaria em R$ 3,47", frisou.
por Marsílea Gombata
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