Grupo se retira após brigas entre manifestantes e militantes partidários, especialmente do PT, em marcha que comemorou a redução na tarifa de transporte na Avenida Paulista
Rio de Janeiro - Um grupo de manifestantes provocou um incêndio durantes os protestos, na capital carioca - Lluis Gene/AFPO Movimento Passe Livre (MPL) não convocará novas manifestações em São Paulo. A retirada do MPL, que organizou sete passeatas na capital paulista nas últimas duas semanas, ocorre depois de brigas com militantes de partidos de esquerda, especialmente o PT, na noite de quinta-feira na Avenida Paulista. Protestos pelo Brasil, no entanto, devem continuar, conforme a decisão autônoma de membros do MPL nas cidades.
O motivo da saída do MPL é a pulverização de reivindicações não apoiadas pelo grupo, como redução da maioridade penal, a PEC 37 - Proposta de Emenda à Constituição que tira o poder de investigação do Ministério Público- , consideradas bandeiras conservadoras pelo movimento. O grupo afirma ser apartidário.
"A suspensão de novos atos não tem nada a ver com a participação de partidos", disse o representante do MPL Rafael Siqueira."A suspensão de novos atos é por dois motivos simples. A gente vai ter que analisar e fazer uma reflexão profunda com as pessoas que são aliadas da gente na luta contra o aumento de que atitude tomar. Nada é feito por acaso. A segunda coisa é que muita gente da direita, com pautas que a gente discorda totalmente, estão se aproveitando dos atos."
Segundo Siqueira, o grupo deve suspender todas as convocações para decidir o futuro das reivindicações a respeito do transporte público, urbanismo e como lidar com ativistas com objetivos contrários a seus ideais. A decisão vem dois dias depois de o governo do estado e a prefeitura atenderem a principal reivindicação do grupo e revogarem o aumento na tarifa de transporte, que volta dos 3,20 para 3 reais na segunda-feira. Na ocasisão, eles disseram que manteriam os atos em apoio a cidades que não tiveram a tarifa reduzida.
Em nota, o MPL disse repudiar os atos de violência contra partidos assim como a violência policial. "Desde os primeiros protestos, essas organizações (partidos) tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos", diz o grupo.
Leia a íntegra da nota do MPL:
"O Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas contra o aumento da tarifa. A manifestação de hoje faz parte dessa luta: além da comemoração da vitória popular da revogação, reafirmamos que lutar não é crime e demonstramos apoio às mobilizações de outras cidades. Contudo, no ato de hoje presenciamos episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos.
O MPL luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários. Assim, nos colocamos ao lado de todos que lutam por um mundo para os debaixo e não para o lucro dos poucos que estão em cima. Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto.
O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos.
Toda força para quem luta por uma vida sem catracas"
(Com Estadão Conteúdo)
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/passe-livre-nao-convocara-mais-protestos-em-sp
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