No momento em que enfrenta uma crise em sua base aliada e queda em sua popularidade, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o ex-presidente Lula no Palácio da Alvorada.
O governo tem enfrentado críticas, inclusive do PT, quanto à articulação política e a comunicação. Dilma tem sido pressionada a fazer uma reforma ministerial. O presidente do PT, Rui Falcão, também participou da conversa.
Principal conselheiro político da presidente, Lula retornou de viagem à África e Alemanha, onde fez palestras. Ele submergiu desde que começaram as manifestações que tomaram conta das ruas do país.
A presidente Dilma Rousseff recorreu, na noite de terça-feira, a seu padrinho político e principal conselheiro, o ex-presidente Lula, para tentar superar a pior crise já enfrentada por seu governo e tentar recuperar a popularidade perdida — 27 pontos percentuais, de acordo com pesquisa Datafolha.
Em vez de a presidente ir para São Paulo, onde tradicionalmente encontra Lula em um hotel, o ex-presidente veio a Brasília. O presidente do PT, Rui Falcão, e o ministro Aloizio Mercadante (Educação) também participaram da conversa. O encontro não entrou na agenda de Dilma e foi mantido sob sigilo.
Ao deixar compromisso na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Falcão afirmou que iria para reunião na sede do partido com deputados estaduais e prefeitos, mas, na verdade, foi conversar com a presidente e com Lula.
A ida do ex-presidente a Brasília para tentar acertar os ponteiros ocorreu no dia em que a base aliada na Câmara sepultou a proposta, feita por Dilma, de realizar um plebiscito sobre reforma política, neste ano, com efeitos para a eleição do ano que vem. E dois dias antes de manifestação convocada pelas centrais sindicais.
Aconselhada por Lula, Dilma tem dialogado mais com o Congresso e com movimentos sociais, desde que as manifestações de rua começaram. As insatisfações, no entanto, persistem, principalmente na base aliada, e o Palácio do Planalto está ansioso pela chegada do recesso parlamentar, na segunda quinzena de julho. As críticas se concentram na articulação política e na comunicação de governo. A principal aposta do Planalto para recuperar sua aprovação, no entanto, é a retomada da economia.
Diante da pressão, inclusive no PT, para substituir a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), até integrantes da equipe da presidente afirmam que o problema da articulação política é a própria Dilma, que teria dificuldade em fazer política. O que mais preocupa a presidente, porém, são os movimentos para derrubar o ministro Guido Mantega (Fazenda).
— A Ideli, coitada, está aí chorando pelos cantos. Estão fritando ela. O Lula chamava o (Alexandre) Padilha (ex-ministro de Relações Institucionais) e mandava resolver, pagar as emendas (parlamentares) — disse um auxiliar da presidente.
No Planalto, a articulação política do governo Dilma é dividida entre antes e depois da queda de Antonio Palocci da Casa Civil. Ciente do perfil e das dificuldades de Dilma, o ex-presidente tem tentado fazer o meio de campo, conversando com sindicalistas e movimentos sociais.
Um deputado petista explica por que a base aliada tem saudade do ex-presidente:
— O Lula também não fazia tudo o que a gente queria, enrolava a gente, mas pelo menos dava atenção.
Fonte: Fernanda Krakovics, O Globo
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