Mesmo notificado da decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que obriga o retorno parcial dos ônibus em Ponta Grossa, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Transporte Coletivo de Ponta Grossa e Região (SINTROPAS), decidiu manter a paralisação total em virtude da greve deflagrada desde as 00 hora de ontem. O Sindicato espera uma audiência de conciliação marcada para hoje, às 10 horas, no TRT em Curitiba, para negociar com a Viação Campos Gerais (VCG) o fim da greve.
Na decisão, o desembargador Altino Pedrozo dos Santos determinou que 70% dos ônibus circulem em horários de pico e 50% circulem em horários normais. Ele considerou a greve abusiva, pois paralisou integralmente um serviço público, que é considerado essencial. No caso de descumprimento da decisão, ficou fixada ao Sindicato multa diária de R$ 100 mil.
Ainda ontem, a Prefeitura de Ponta Grossa anunciou que estaria multando a Viação Campos Gerais, em R$ 50 mil, por conta da paralisação total do serviço no dia de ontem.
Ao todo, 1.291 trabalhadores estão em greve. Eles reivindicam 12% de aumento salarial e 100% do vale-alimentação, passando de R$ 120,00 para de R$ 240,00. A greve atinge 100 mil usuários.
Em nota, enviada para a imprensa ontem, a VCG alega que os dois itens (salário e vale-alimentação) “compõe a remuneração do trabalhador”. “Esta proposta do Sindicato representa na realidade um pedido de aumento de 22,12% para os motoristas e 28% para os trocadores, contra uma inflação de 6,5% no período”, calcula a empresa, considerando a proposta “impraticável e injustificável”.
A VCG alega ainda que “os acordos coletivos de trabalho das mais diversas categorias pelo país tem conseguido reajustes, quando muito, da ordem de 8,5%”, citando o exemplo do funcionalismo público municipal que recebeu reajuste de 10%.
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