quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sobre o falecimento do notável advogado Márcio Thomaz Bastos

marcio thomas Advogado famosíssimo de canalhas e políticos corruptos, e um dos mais ricos do Brasil. Segundo li dias atrás, ele teria tentado peitar o Juiz Moro dizendo que era ex-ministro da Justiça e que ministros do STF lhe deviam favores. Teria recebido voz de prisão o que piorou sua doença, sendo levado para o Sírio Libanês, onde acabou passando desta para a melhor. 

Muitas coisas rolam na net sobre o famoso advogado. Ai vai uma delas: advogado de Carlinhos Cachoeira sobre quem a PF fazia pressão para que entrasse na delação premiada, o que poderia reduzir substancialmente sua pena em caso de condenação (de 20 a 30 anos), dada como quase certa por quem acompanha o caso. Ao assumir a defesa de Cachoeira,  descartou imediatamente a hipótese da delação premiada. Evidente! Como esperar do militante petista, ex-ministro e conselheiro de Lula, que oriente um cliente a delatar um grupo que certamente inclui integrantes do governo do qual fez parte, por mais que isso possa ser o melhor para o cliente. Custo dos honorários? QUINZE MILHÕES DE REAIS! Ao que consta, porém, Cachoeira deu calote e nada pagou ao ex-ministro.
Criou a estranha tese que foi "caixa 2 " e não roubo de dinheiro público a farra do mensalão, para proteger os políticos envolvidos no caso, e após deixar o cargo de ministro, resolveu fazer fortuna virando advogado de defesa de boa parte da canalha de colarinho que infesta o País. Foi advogado do médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão, e advogado de defesa dos estudantes que, durante um trote, afogaram Edison Tsung Chi Hsueh, estudante de medicina encontrado morto em uma piscina da USP em 1999. Foi também advogado dos estudantes que assassinaram um índio pataxó em Brasília em 1997. Em ambos os casos, os autores não foram sentenciados."
Com uma biografia destas não dá para lamentar a sua morte! Que sirva de exemplo aos seus amigos! Podem roubar, acumular fortuna, ter poder e ser o rei da cocada preta - quando morrer não levará nada e dentro de dias se igualará ao indigente que morreu abandonado na sarjeta! Descanse em paz Sr. Advogado famoso! O Senhor já é passado. Agora apenas lhe restará usar seus dotes de oratória para tentar defender a sua alma. Não sei se conseguirá! Acho que não.

Cida Fraga

Um manifesto separatista: discutindo a sério a secessão

separatismo são paulo Tenho lido muitas impressões equivocadas em torno da proposta separatista do estado de São Paulo, vindas de pessoas que pouco se interessaram ou procuraram se informar sobre o assunto. Os comentários sobre a proposta estão sendo bastante vulgares, preconceituosos e/ou dogmáticos, em virtude do desconhecimento das razões de fato e das justificativas de direito que a fundamentam há anos, bem como das vantagens percebidas pelos militantes da separação.

Além do mais, embora o recente resultado final do segundo turno das eleições nacionais tenha contribuído grandemente para chamar a atenção das pessoas para a causa, é de se salientar, desde já, que a proposta separatista em nada tem a ver com este resultado, de forma que ela já existia muito antes deste fato, e continuaria a existir ainda que o resultado fosse diferente, por ser um movimento social independente desta variável eleitoral.

A fim de fazer avançar o debate em torno desse tema e torná-lo mais público, aberto, honesto e menos vulgar, gostaria de dar uma primeira contribuição pessoal, esclarecendo melhor alguns elementos.

Como os argumentos da causa separatista são bastante claros, enfatizo desde já o convite, devidamente implícito em todo debate político, para que os discordantes procurem enfrentar honestamente os argumentos pró-secessão nos termos em que eles mesmos são propostos. Adianto que este texto obviamente não se propõe a esgotar o tema; apenas se trata de uma contribuição parcial a este debate que vem ganhando espaço.

Das razões de fato que subjazem a proposta separatista

Embora possam existir razões subjetivas de natureza cultural e histórica que fundamentem a militância separatista individual, o caráter mais ou menos idiossincrático e a dependência subjetiva destes elementos culturais e históricos torna difícil a transposição dos mesmos para um debate político público e amplo em torno do tema.

Não é fácil falar para um não-paulista sobre qualquer possível "orgulho de ser paulista", o que inviabiliza o recurso a estes elementos subjetivos num debate. Desse modo, ainda que possam existir razões formadas por elementos de identidade cultural que venham a basear a busca pela secessão, buscarei tratar aqui somente daquelas razões que possam ser objetivamente analisadas nesse debate.

As razões objetivas de fato que fundamentam a causa separatista paulista são ao menos três, sendo que eventuais autores poderão elencar outras tantas:

1-) a grande centralização legislativa do atual arranjo institucional federativo, que poda a autonomia legislativa do estado de legislar em seu interesse e de acordo com suas necessidades próprias;

2-) a desproporcional sub-representatividade do estado de São Paulo no plano legislativo federal, o que dificulta sua influência para contornar ou amenizar o problema apontado no item anterior;

3-) a extorsão fiscal a qual é submetido o estado pelo governo federal, de difícil superação dado o problema apontado anteriormente.

Em primeiro lugar, a legislação no país é grandemente centralizada no plano federal. O art. 22 da Constituição Federal determina que:

Compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial, trabalhista; desapropriações; [...] águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; sistema monetário, [...] política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; comércio exterior [...]; trânsito e transporte; [...] jazidas, minas e outros recursos minerais; [...]condições para o exercício das profissões.

Em outras palavras, em matéria legislativa, a Constituição determina que quase tudo deve ser deliberado em Brasília, conferindo pouquíssima autonomia aos estados em matéria de formulação e implantação de leis próprias e adequadas à sua realidade e aos interesses particulares da sua população.

Isso significa, a título de exemplo, que se a população paulista quiser discutir a implantação de um sistema de votos distrital, por se tratar de matéria eleitoral o debate deverá necessariamente se dar em Brasília. Assuntos no campo penal, civil, processual, entre tantos outros, também deverão obedecer a mesma dinâmica.

Em segundo lugar, o estado de São Paulo é desproporcionalmente sub-representado no plano legislativo federal, o que agrava qualquer tentativa de amenizar o problema anterior. A título de ilustração do que está sendo afirmado, o estado de Roraima, por exemplo, possui uma população de aproximadamente 496 mil habitantes (usarei dados do censo 2010), a qual é representada, na Câmara dos Deputados, por 8 deputados federais — o que significa que cada deputado roraimense representa 62 mil habitantes de seu estado. O estado do Piauí possui uma população de aprox. 3,2 milhões de habitantes, que por sua vez é representada por 10 deputados federais — uma representação na escala de 320 mil habitantes por deputado piauiense. Já o estado de São Paulo possui uma população de aprox. 44 milhões de pessoas, sendo representado, na Câmara dos Deputados, por 70 deputados — uma representação na escala de 642 mil paulistas para cada deputado federal de seu estado.

É óbvia e completamente desproporcional esta relação — São Paulo possui uma relação de representatividade dez vezes menor que Roraima, e duas vezes menor que o Piauí.

O mesmo se reproduz em diferentes medidas quando São Paulo é comparado com qualquer outro estado da federação: trata-se do estado com a menor relação de representatividade por habitante, na Câmara dos Deputados. No Senado Federal a coisa piora, porque todo estado é representado igualmente por 3 senadores — ou seja, São Paulo e Roraima são igualmente representados pelo mesmo número de senadores, independentemente da diferença de quase dez vezes entre a população do primeiro para o segundo estado.

Por fim, há também o fato de que o estado de São Paulo é grandemente explorado no campo fiscal pelo Governo Federal. De acordo com dados da Receita Federal (em relação à arrecadação anual da União por estado) e do Portal Transparência (em relação ao repasse da União por estado), em 2013 a União recolheu R$318 bilhões em tributos[1] da população do estado São Paulo, e desse total somente R$32,8 bilhões retornaram na forma de transferência de recursos do Governo Federal para as Prefeituras municipais (R$27,1 bilhões) e para o Governo Estadual (R$5,7 bilhões) do estado de São Paulo — um déficit de R$285 bilhões, um retorno de apenas 10,4% do valor arrecadado.

Não há outro nome que se possa dar a uma tão desproporcional expropriação do fruto do trabalho alheio além de escravidão. Estes números sugerem que São Paulo, hoje, é um estado escravizado pela República. Dado o problema anterior da desproporcional sub-representatividade de São Paulo no Congresso Nacional, qualquer tentativa de alterar essa exploração fiscal é boicotada pelos estados que se beneficiam dessa redistribuição — reconhecidamente, estados do norte e nordeste do país.

Os dados e informações que indicam esses três fatos podem ser encontrados facilmente, e qualquer opositor da causa separatista que queira encarar honestamente este debate tem o ônus de ter que lidar com eles. Além do mais, deve apontar quais são as vantagens de se fazer parte de um arranjo tão desequilibrado.

Da fundamentação jurídica da separação

As razões de direito que justificam a causa separatista podem ser encontradas no próprio arranjo democrático federalista do estado, bem como em instrumentos legais nacionais e internacionais que versem sobre os Direitos Humanos mais elementares.

É reconhecida sem muitas dificuldades pelo senso comum e pelos defensores da democracia a afirmação segundo a qual "a democracia é uma forma de governo fundamentada no consentimento dos governados". Afirmar isso é dizer que o consentimento popular dos governados é, ao menos em tese, a principal coluna e o lastro social único sobre o qual se sustenta (ou deveria se sustentar) um regime democrático genuíno.

Ao mesmo tempo, essa afirmação imediatamente procura estabelecer uma contraposição quanto à natureza da democracia em comparação aos regimes políticos caracteristicamente despóticos e autoritários lastreados na força, fundados na imposição do estado sobre os seus governados. Existindo o consentimento dos governados, legitimada está a democracia; inexistindo consentimento, comprometida está a única base legítima de sustento de um regime genuinamente democrático.

No nosso atual arranjo político estatal, os estados-membros são indubitavelmente governados pela União. Como mencionamos acima, no tópico anterior, o art. 22 da Constituição Federal determina que é de competência privativa da União a legislação que verse sobre todas aquelas matérias elencadas no referido dispositivo, cabendo aos estados se submeterem a elas. O art. 24, § 4º, por sua vez, estabelece que, havendo conflito de normas no âmbito da legislação concorrente, a lei federal prevalece sobre a lei estadual, naquilo que lhe for contrária. A relação de governança é, portanto, bastante clara.

O direito de secessão, numa arquitetura federalista e democrática como a nossa, nada mais é que o direito que uma entidade federada (i.e. governada pela União) possui de dispor, livre e unilateralmente, deste consentimento sobre o qual se sustenta o governo da União sobre ela – se é que esse governo se almeja ser democrático.

Se as entidades federadas são as partes que compõem o pacto federativo (porque, afinal, não há pacto sem partes legítimas), claro está que cada parte é livre para dispor do seu consentimento em torno do pacto, tendo em vista o prazo indeterminado de duração do mesmo.

Não há, no universo do Direito, pacto por tempo indeterminado que necessariamente vincule eternamente as partes de uma associação. Curioso perceber como que no campo do Direito Internacional a desvinculação dos estados-membros de uma organização internacional se desenvolve sem maiores empecilhos. O que temos dito é que, encerrado o consentimento popular (democraticamente auferido) de uma entidade federada, sobre o qual se fundamenta e se legitima o governo democrático da União sobre ela, nasce a partir daí a faculdade da secessão, isto é, o direito de se apartar daquela tutela jurisdicional.

Sendo o consentimento algo próprio do grupo governado e não do governo, não faz sentido imaginar que o proprietário do objeto não possa livremente dispor do mesmo. Qualquer negação dessa conclusão implica, necessariamente, o reconhecimento de que a nossa democracia se fundamenta na força da União em impor e perpetuar a aceitação de seu regime pela força, e não em virtude do consentimento dos governados em se manter vinculados a este regime — o que torna a democracia um regime tão despótico quanto qualquer outro em sua natureza, e transforma a situação toda em coisa odiosa por sua essência, passando a se tornar um dever moral de qualquer homem levantar a sua mão contra esse regime, o que justifica ainda mais a separação.

A secessão, portanto, é, na verdade, o teste final de uma democracia enquanto regime político genuinamente baseado no consentimento das partes governadas, como ela é ou se apresenta ser.

Qualquer opositor da proposta separatista tem o ônus de mostrar por que um governo, baseado num pacto por tempo indeterminado, o qual, por sua vez, está continuamente fundado no consentimento das partes envolvidas, deverá necessariamente vincular estas partes eternamente.

Embora o art. 1º da Constituição Federal estabeleça que "a República é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios", sem pontuar maiores razões que justifiquem essa determinação, e embora os opositores da separação aleguem que esse caráter indissolúvel é, por definição, próprio das federações, a alegada proibição da secessão, mesmo dentro de um arranjo federativo, é algo no mínimo controverso no campo do Direito, existindo vários elementos doutrinários e dispositivos legais que subsidiam o exercício legítimo deste direito.

O próprio artigo 5º da referida Carta Magna, que trata dos Direitos Fundamentais do cidadão, estabelece em seu inciso XX a garantia constitucional da liberdade de associação, determinando que "ninguém será compelido a se associar ou a permanecer associado". Embora não seja uma garantia absoluta, a extensão desta garantia é tal que não existem, no direito interno, exceções a esta liberdade que se apliquem a casos de associações por tempo indeterminado, não havendo meios jurídicos que possam forçar a continuação da associação do indivíduo (ou grupo de indivíduos) a qualquer instituição da sociedade cujo prazo de existência ou de vinculação do associado não estejam previamente determinados, seja ela uma empresa, um clube, um partido político, um sindicato, uma universidade, uma igreja, uma relação matrimonial, ou mesmo o estado.

Trata-se a liberdade de associação justamente de uma garantia fundamental contra a possibilidade de qualquer imposição forçada de interesses de grupos sobre o indivíduo associado, obrigando-o a permanecer associado contra a sua vontade ou em flagrante situação de desvantagem.

É também um Direito Humano, reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. Diz o art. 20, II, do referido documento: "Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação". É inegável que o pacto federativo forma uma associação ou sociedade política chamada "União" (e, se ela não é uma associação política, o que ela é então?), sendo aparentemente injustificável e destituída de qualquer fundamento a declaração sobre a impossibilidade de desassociação das entidades federadas que se associaram no momento do pacto. As unidades federadas compõem, em conjunto, uma sociedade.

Um opositor da proposta poderia alegar que o caso brasileiro é um exemplo histórico de "federalismo centrífugo" — isto é, partimos de um estado unitário que se descentralizou formando um estado federado — em contraposição a um "federalismo centrípeto", onde diversos estados se unem para formar uma federação, e que o argumento da separação só teria algum resquício de validade no último caso.

Acontece que esse momento de passagem de um estado unitário para um estado federado é justamente o instante a partir do qual se reconhece as entidades federadas enquanto partes legítimas de um pacto que está, naquela hora, sendo constituído. Em outras palavras, o instante de formação da federação, no caso brasileiro, foi o momento onde forçosamente teve que se reconhecer que, na verdade, o todo era formado por partes, e que eram estas partes que estavam legitimadas para pactuarem entre si o desenho institucional de uma associação que as vincularia por tempo indeterminado. O todo não poderia mais negar a existência das partes, e terminou por reconhecê-las.

O art. 4º da Constituição Federal também estabelece uma série de parâmetros que orientam a conduta da República em suas relações internacionais. Tais parâmetros foram adotados em virtude da sua consensualmente reconhecida razoabilidade e respeito à dignidade humana. Entre estes parâmetros, encontramos o respeito aos Direitos Humanos e, principalmente, à autodeterminação dos povos, além do princípio da não-intervenção. Embora a Constituição reconheça que sejam eles parâmetros de orientação para suas relações internacionais, a sua óbvia e indiscutível razoabilidade nos obriga a concluir que os mesmos parâmetros são aplicáveis dentro de nossas fronteiras.

Se existe o direito à autodeterminação, claro está que seu exercício se dá internamente no âmbito de cada país, sendo contraditório afirmar que "o que vale da porteira para fora não vale da porteira para dentro". O direito à autodeterminação dos povos compõe um Direito Humano básicos, cujo objetivo é justamente garantir a emancipação política e econômica de grupos nacionais que se formem no interior dos estados.

Se é consenso que o referido direito existe, que seu exercício se dá no âmbito interno de cada país, e que seu objetivo é justamente procurar garantir a emancipação desses grupos nacionais que se formam, então inegável se torna a legitimidade do seu pleno exercício no caso analisado.

A autodeterminação dos povos é um direito reconhecido no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil também é signatário. Reza o art. 1º do referido Pacto:

I - Todos os povos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.

III - Os Estados Partes do presente Pacto, [...] deverão promover o exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito, em conformidade com as disposições da Carta das Nações Unidas.

O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos deixa claro que seus signatários têm o dever de promover o exercício do direito à autodeterminação e respeitar esse direito.

Cabe aqui destacar que tanto a liberdade de associação quanto o direito à autodeterminação dos povos constituem a regra geral, sendo a restrição do exercício destas liberdades humanas fundamentais justamente a exceção à regra — o que transfere o ônus da justificação e da argumentação para aqueles que querem restringi-las, e não para aqueles que querem exercê-las.

Qualquer opositor da proposta separatista possui, portanto, o ônus de ter que encarar com seriedade estes pontos, procurando fundamentar muito bem as razões pelas quais o exercício destes dois direitos não se aplicariam ao caso em tela.

As vantagens percebidas pelos defensores da secessão

Uma primeira vantagem notada pelos defensores da secessão (num sentido amplo, que contemple não somente São Paulo, mas outros estados porventura também interessados em se separar), é a criação de um cenário onde diferentes experimentações poderiam ser implementadas simultaneamente.

Atualmente, por exemplo, se quisermos colocar em teste um ambiente de descriminalização do mercado de drogas, ou um ambiente de descriminalização do porte civil de arma de fogo ou do aborto, tal teste só seria possível se abarcasse o país inteiro, dado que a competência para legislar sobre a matéria penal cabe à União.

O mesmo se daria em torno de qualquer matéria de competência legislativa privativa da União. Em um cenário de fragmentação de países, não seria necessário convencer politicamente todo um continente (como é o caso da dimensão territorial do Brasil) para se colocar em prática determinada política — e o melhor, a existência de várias experiências ocorrendo ao mesmo tempo permitiria uma melhor comparação dos resultados de uma e de outra medida adotada.

O que hoje é o Brasil se tornaria um grande laboratório com diferentes experiências sendo levadas a cabo ao mesmo tempo, sendo seus resultados analisados comparativamente. Hoje, o que temos é uma centralização tamanha que faz toda e qualquer experimentação ser um jogo de "ou tudo ou nada": quaisquer que sejam as políticas adotadas, elas vinculam indistintamente todas as regiões do país, por mais diferentes que sejam.

A segunda vantagem é que a fragmentação diminui os custos envolvidos numa mudança de contexto. Com a divisão do país em vários países menores e independentes, torna-se mais fácil e econômica e socialmente menos custosa a transferência de um contexto para outro.

Expliquemos: se um cidadão brasileiro de qualquer região do país quiser viver hoje em um contexto de razoável liberdade econômica, e quiser se mudar, por exemplo, para Singapura, Suíça ou Hong Kong, os custos econômicos e sociais desta mudança são altíssimos: ele provavelmente conhece poucas ou nenhuma pessoa desse novo lugar para o qual se mudará, os habitantes falam outra língua, possuem hábitos muito diferentes, sua adaptação linguística e cultural será muito difícil, e ele terá que deixar amigos, familiares e demais pessoas queridas por ele, a uma distância muito longe, o que dificulta visitas mais frequentes, além de ter que arcar com um alto custo da sua viagem, do transporte da mudança etc.

A fragmentação do Brasil em vários países menores, com contextos legais, tributários, políticos, sociais e econômicos radicalmente distintos, facilitaria a transferência do indivíduo de uma região para outra que seja de maior interesse dele, a um custo social e financeiro menor, sem ter que abandonar amigos e parentes a milhares de quilômetros de distância, e sem ter que se adaptar a um contexto cultural e linguístico muito distinto também.

Acompanhada da primeira vantagem citada acima, as pessoas poderiam se mudar mais facilmente de uma região para outra, fazendo suas escolhas com base nesta análise comparativa dos resultados das políticas adotadas nas outras regiões. A fragmentação do país seria um passo na direção da emancipação do indivíduo frente ao seu contexto, enquanto que a união e a centralização o tornam refém do mesmo.

Por fim, uma terceira vantagem da fragmentação é o estabelecimento de uma concorrência entre governos por uma melhor qualidade de vida de seus cidadãos. Todo estado tem o interesse de manter a sua população junto dele, evitando os problemas da emigração. Em um cenário de fragmentação de países, em que exista a facilidade de mudança de uma região para outras substancialmente diferentes, haveria maiores incentivos para os estados perseguirem a criação de contextos cuja qualidade de vida proporcionada fosse um fator de peso para a manutenção da sua população dentro de sua circunscrição.

Repete-se aqui a lógica que encontramos nos livres mercados: quanto maior a concorrência, melhor tende a ser a qualidade dos serviços fornecidos. No final das contas é isso que impulsiona os defensores da proposta separatista: fazer do Brasil um contexto que seja melhor para todos.

 


[1] Esse valor corresponde somente ao total de tributos federais arrecadados no estado, o que inclui somente o Imposto sobre a Renda de pessoas físicas e jurídicas, Imposto sobre Exportação, Imposto sobre Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Operações Financeiras, Imposto Territorial Rural, Cofins, CSLL, CPSSS, Cide-Combustíveis, e Contribuição para o PIS/PASEP. Se fosse somado a este valor o total arrecadado na forma de receita previdenciária, a soma seria de R$456 bilhões — valor que geralmente é mobilizado em outros levantamentos que vemos por aí. Cf. em www.receita.fazenda.gov.br/Historico/Arrecadacao/PorEstado/2013/default.htm

 


Por Flávio Pepinelli, em http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1982

sábado, 22 de novembro de 2014

É a credibilidade, estúpido

“Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos.” Albert Einstein.

magico Governos arrecadam impostos e com eles pagam as contas. O dinheiro que sobra depois de pagar as despesas, exceto os juros da dívida pública, é o tal superávit primário. E se o governo pagou tudo, menos os juros da dívida, o superavit é exatamente para isso: pagar os juros da dívida.

O resultado primário, seja ele superávit ou déficit, é um indicador de como o governo está administrando suas contas.

Mas o que é essa tal de dívida pública? O governo toma dinheiro emprestado para financiar parte dos gastos não cobertos com a arrecadação de impostos, e para a gestão financeira do dia a dia. Essa é a dívida pública, que pode ser interna (quando o credor está dentro do país), ou externa (fora do país). Esses credores são bancos públicos ou privados, investidores privados, instituições financeiras internacionais e governos de outros países.

O Presidente da República, por meio da Secretaria do Orçamento Federal, redige a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que é o instrumento legal e normatizador que orienta a elaboração e execução do Orçamento Anual. Além de tratar de gastos com pessoal, alterações tributárias e política fiscal, a LDO determina a meta do superávit primário. Fixada em lei, essa meta é um compromisso que o governo assume, ao dizer para seus credores: “Fiquem tranquilos que teremos dinheiro para pagar vocês.”

Em 2014 a meta oficial era de R$ 116,1 bilhões para o governo federal, incluindo as estatais. E aí começou a criatividade… Desse valor poderiam ser deduzidos R$ 67 bilhões aplicados no PAC e e nas reduções de impostos e tributos que o governo faz para determinados setores da economia, como por exemplo o IPI dos automóveis, as chamadas desonerações. Assim, a meta oficial para o superávit primário caiu para R$ 49,1 bilhões.

No entanto, já prevendo que a meta não seria alcançada, o governo reduziu os R$ 116,1 bi para R$ 80 bi, com possibilidade de abatimento de cerca de R$ 35 bi. O superávit primário que deveria ser de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto), caiu para 1,9%. E a turma começou a ficar (mais) desconfiada.

Esta semana o governo encaminhou para o Congresso um projeto de lei que aumenta o limite do abatimento com os recursos investidos no PAC e desonerações. Até outubro o governo realizou em pagamentos do PAC e desonerações, R$ 127 bilhões. Olha só: 127 menos 80, “sobram” 47 bi. O governo poderá então terminar o ano com um déficit primário, que será maquiado, escondido por uma manobra.

Querem mudar as regras no final do jogo.

É o fim do mundo? Não. EUA, Canadá, México, Argentina, Reino Unido, França e China, por exemplo, tiveram déficits em vários momentos nos últimos anos. Onde é que o bicho pega então?

Na credibilidade. Há tempos vários organismos nacionais e estrangeiros já apontaram que o Brasil não cumpriria a meta. E foram chamados de agourentos pelos simpatizantes do governo.

O governo fixou uma meta, mudou-a duas vezes e agora, aos 43 do segundo tempo, vem dizer que não há mais meta. E, questionado, diz: “Ah, mas os outros também não vão cumprir…”.

Pois é. Tem gente que fica satisfeita com essa “explicação”, sem saber que essa quebra de compromisso pode ser enquadrada como crime de responsabilidade…

O governo não sabe se terá receita primária suficiente para pagar todos os compromissos, inclusive os juros da dívida pública. E não admite isso. E cria truques para esconder os resultados ruins. Para os credores da dívida, a capacidade que o governo tem de honrar seus compromissos é incerta, o planejamento é incerto, a competência é incerta, a capacidade de controlar as contas é incerta. A transparência é incerta. E diante dessa imprevisibilidade, passam a ter razões para tratar o governo como um potencial caloteiro.

– Maria, o Luciano prometeu, não vai cumprir e tenho a impressão que está querendo me enrolar.

– Acho que ele não é capaz de administrar suas contas, José.

– O que faremos?

– Corta o crédito dele!

É a credibilidade, estúpido.

 


Por: Luciano Pires - 13/11/2014 - http://www.portalcafebrasil.com.br/artigos/e-a-credibilidade-estupido/

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

20 RAZÕES PARA ‪‎NÃO‬ FUGIR À AUSTRÁLIA

André Levy, que habita a terra dos cangurus, cita 20 razões para que fiquem longe do comunismo australiano.

australia Segue:

1. Para tudo há conselhos de movimentos sociais (peak bodies), e os governos os consultam e prestam-lhes satisfação regularmente (bit.ly/1san6Qa).

2. O governo paga até R$1562 de Bolsa Família (Parenting Payment, bit.ly/1pgKakt), sem qualquer exigência como frequência escolar ou vacinação (no Brasil os beneficiários recebem em média R$5 por dia para a família toda).

3. Não se pode fazer reforma em casa sem submeter seu projeto à consulta pública, através da prefeitura, exigindo que se pendure um aviso na porta da tua casa por duas semanas ou mais para quem quiser consultá-lo e apresentar objeções. Se os teus vizinhos não gostarem da ideia, a prefeitura não aprova (bit.ly/10jbDX2).

4. Há piscinas públicas nas praias e churrasqueiras nos parques de uso gratuito, pagas com o bolso do contribuinte.

5. As cláusulas dos contratos de aluguel residencial são ditadas pelo governo do estado (bit.ly/1phlBE4).

6. Não se pode trabalhar de barman sem licença específica para servir álcool (RSA, onlinersa.com.au).

7. Não se pode vender álcool em mercados e supermercados; só em lojas licenciadas pelo Estado (bottle shops, bit.ly/1DWVymW).

8. Não é permitido trabalhar de eletricista, encanador ou pedreiro sem licença do Estado (professional license, bit.ly/1e43SWa).

9. Não é permitido abrir um cabeleireiro sem licença específica do Estado (business license, bit.ly/1pgLuEb).

10. Tem ciclovia para todo lado e é proibido andar de bicicleta sem capacete ou na calçada. A multa por não usar capacete é R$115 em Sydney (bit.ly/1uounCc), R$332 em Adelaide (bit.ly/1go9IaK) e R$400 em Melbourne (bit.ly/1x2Ojsb).

11. Todos os filmes exibidos em cinemas, festivais e instituições de ensino precisam passar pela censura (Classifications Board, classification.gov.au).

12. Não é permitido o marketing de cigarros e produtos de tabaco, nem mesmo na própria embalagem (bit.ly/1mbSZIv).

13. O salário mínimo é R$5395 a.m. (bit.ly/1mKLtkZ, alguém pode por favor avisar o Armínio Fraga?)

14. Em Melbourne o governo subsidia 88% do transporte público (bit.ly/1wZ4AgK). A Prefeitura de São Paulo subsidia 20%.

15. Os nativos que moram em áreas remotas recebem uma Bolsa Aborígene de R$76 a.m. (bit.ly/1zrGz6q).

16. Paga-se em média R$3600 a.m. de impostos diretos e indiretos (no Brasil são R$830).

17. Tem 1 funcionário público para cada 13 pessoas (no Brasil tem 1 para cada 17).

18. Paga-se ao governo do estado R$235 a.m. para ter 1 vaga de carro na área central de Melbourne para desestimular as pessoas a irem de carro para a cidade (congestion levy,bit.ly/1A3Vipo).

19. Os governos estaduais recomendam livros LGBT para pré-adolescentes (bit.ly/1tVjsxO).

20. O voto é obrigatório e a multa é R$43 (no Brasil é R$3,51). Se não justificar ou pagar a multa, irá para a justiça. Se o eleitor for considerado “culpado”, a multa sobe para R$370 mais os custos do tribunal e o “culpado” pode ficar fichado na polícia (bit.ly/1ySOAyc). No Brasil não há criminalização e quaisquer sanções são suspensas assim que quitada a multa de R$3,51 no cartório eleitoral.

http://pensadoranonimo.com.br/20-razoes-bolivarianas-para/

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

GENERAL Enzo possivelmente envolvido em corrupção e desvio de recursos

enzo Militares das forças armadas estão atentos às últimas notícias que pipocam  em vários blogs e sites da internet sobre a corrupção no exército brasileiro. Segundo a investigação do ministério público são 25 oficiais envolvidos no caso, entre eles estão sete generais. As suspeitas são de que os oficiais integram um esquema que fraudou licitações, superfaturou contratos, fez pagamentos em duplicidade e pode ter desviado dos cofres públicos ao menos 15 milhões de reais entre 2003 e 2009, segundo os cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU).

    Apenas um dos envolvidos no escândalo, o major Washington Luiz de Paula, acusado de montar a rede de empresas fantasmas beneficiadas no esquema, acumulou uma fortuna pessoal que surpreendeu os investigadores. O militar tem renda bruta de cerca de 10 mil mensais, mas acumulou fortuna de mais de 10 milhões de reais.

   Oficiais de alta patente figuram entre os indiciados, os inquéritos podem ser conferidos no STM clicandoAQUI.

Bandalheira fardada

   O inquérito que apura o caso revela, ainda, que o major citado movimentou mais de 1 milhão de reais em sua conta em apenas um ano.  Fadado a decidir se indicia ou não o chefe do Exército, o procurador-geral Roberto Gurgel terá ainda de tomar uma posição também sobre o foro privilegiado dos generais, que só podem ser julgados pelo Superior Tribunal Militar (STM), onde até agora um único general foi condenado, e posteriormente absolvido no Supremo Tribunal Federal (STF).*

   O desdobramento jurídico do escândalo é abafado e protelado há anos. Até o governo petista teme o estouro de uma “crise militar” capaz de afetar a estabilidade da gestão Dilma Rousseff. Na visão governista, se o General Enzo for enfraquecido, afetando a hegemonia dos engenheiros militares, quem ganha força é a ala dos combatentes – cujos integrantes, em maioria, são severos críticos dos petistas e suas provocações - como a “Comissão Nacional da Verdade” e a intenção de derrubar a Lei de Anistia.

    Carta Capítal deixa clara a suspeita petista sobre o conflito dentro do EB: “O conflito chegou a um militar a quem se atribui a construção do meticuloso dossiê de denúncias de bandalheiras no Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército. Um vírus inoculado a partir do contato com o quase sempre suspeito Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), cujos casos recentes de corrupção levaram à queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

    A revista insiste que existe realmente um clima de guerra interna: “Neste momento, o suposto denunciante, segundo fontes militares, estaria recebendo pressão dos dois lados. Dos engenheiros, para que não insista com novas denúncias. Dos combatentes (artilharia, infantaria e cavalaria), para que denuncie mais e, se possível, entregue supostas gravações telefônicas em seu poder, de conversas comprometedoras entre os militares denunciados”.

    O caso é grave e tende a sair do controle. Pelo menos 25 militares são suspeitos de integrar um esquema de fraudes em licitações, com pagamentos em duplicidade. O Ministério Público Militar denunciou que o sistema desviou pelo menos R$ 15 milhões dos cofres públicos, entre 2003 e 2009 – conforme números do Tribunal de Contas da União. Escrita pelos repórteres Mauricio Dias e Rodrigo Martins, só faltou a longa reportagem da Carta Capital (“Farra na Caserna”) ter recebido o título nada distintivo de “Mensalão do EB”. A matéria da Carta Capital destaca que Gurgel terá de de tomar uma posição também sobre o foro privilegiado dos generais. Pela interpretação até agora em vigor, eles só podem ser julgados pelo Superior Tribunal Militar (STM), onde até agora um único general foi condenado, e posteriormente absolvido no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o Ministério público militar defende tese diferente: "Se um general comete um crime militar, é processado e julgado pelo STM. Se o crime é comum, o processo corre na Justiça Federal".

     Sempre favorável aos governos petistas de Lula e Dilma, a Carta Capital joga pesado com o Procurador-Geral para, na verdade, atingir o Comandante do EB: “Diante da gravidade das denúncias de corrupção a envolver oficiais-generais do Exército, talvez Gurgel se anime a desengavetar o tema. Ou será o caso de se pensar ao contrário? Em razão disso é que tudo poderá permanecer deitado eternamente nesse berço esplêndido: a gaveta do senhor procurador-geral. Por trás da emersão dessas denúncias existe um problema imperceptível para a sociedade civil: um conflito latente entre os oficiais engenheiros e os oficiais combatentes”.

    Carta Capital informa que uma auditoria do Tribunal de Contas da União, concluída no fim de junho, revela que o General Enzo Peri teria beneficiado empresas ligadas a militares e ex-militares com dispensas de licitação entre 2003 e 2007, quando ele chefiou o DEC - Departamento de Engenharia e Construção do EB. Cargo que Enzo só deixou ao assumir o Comando do Exército no governo do presidente Lula, sendo mantido na função por Dilma Rousseff. Aliás, a falta da tradicional rotatividade no comando da Força é uma das críticas dos oficiais “combatentes”.


Fonte: http://sociedademilitar.com.br/index.php/forcas-armadas/159-general-enzo-possivelmente-envolvido-em-corrupcao-e-desvio-de-recursos.html

domingo, 16 de novembro de 2014

Sobre o movimento black bloc

pedro

"No plano político, os atos de violência extrema dos black blocs se iniciaram por meros ataques a propriedades símbolos do sistema capitalista, mas acabaram se convertendo em atos de violência contra um ser humano especifico, que por mais que porte um uniforme não pode ser subtraído de sua condição humana.

Um movimento verdadeiramente libertário pode ter como inimigo o Estado, mas nunca um ser humano especifico, ainda que agente deste Estado. Se não agir assim, perde em termos de ganho civilizatório, pondo-se no mesmo papel do fascismo e outras formas de retrocesso da civilização democrática.

Quem adota valores democráticos repudia, no interior do jogo democrático, agressões a pessoas. A violência neste caso não pode ser tida como legítima defesa contra o Estado.

Se esse Estado tem estrutura de legalidade democrática, a violência contra pessoas não pode ser tida como forma de reação legitima, pois perde em proporcionalidade ética.

Quando esta violência extrema é praticada por um punhado de pessoas, comprometendo a imagem de um movimento social mais amplo face a maioria da população, estes atos servem mais ao poder constituído em sua sanha de criminalizar a oposição social do que a qualquer conquista libertária pretendida.

Pouco importam as intenções políticas desse movimento de desobediência, se anarquista socialista, anarco-capitalista ou de direita. Seus resultados são fascistas. Assim se tornaram. Que seus agentes repensem criticamente seu caminho, em favor da cidadania, dos movimentos sociais e das liberdades humanas em nosso pais."

- Pedro Estevam Serrano é Advogado e professor de Direito Constitucional da PUC-SP, é mestre e doutor em Direito do Estado

http://www.cartacapital.com.br/politica/black-bloc-e-democracia-5941.html

Corrupção nas estatais

correios pt 3 porcento Corrupção? Não vamos falar na Petrobrás. Tomemos o exemplo do Correio, ou melhor, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), outrora uma empresa modelar. Não bastasse aquela imagem do vídeo chocante do funcionário subalterno sendo subornado por apenas R$ 3 mil, dos tempos do mensalão, temos agora a corrupção explícita praticada pelos protegidos e indicados pelas ex-ministras Dilma Rousseff e Erenice Guerra, da Casa Civil, e do ex-ministro Hélio Costa, das  Comunicações.

A maioria dos nomeados e protegidos de políticos e ministros para ocupar cargos públicos é incompetente. A quase totalidade, corrupta. O Correio é a vítima mais recente de dirigentes absolutamente despreparados – quando não corruptos – indicados pelo loteamento comandado pelo Planalto. Essa prática ameaça degringolar o Correio.

No passado, houve pelo menos uma área preservada desse tipo de loteamento, a de telecomunicações estatais. Até 1984, o Sistema Telebrás, com suas 27 subsidiárias (as Teles), era um exemplo de profissionalismo, graças à orientação de duas figuras respeitáveis daquele setor: o ex-ministro das Comunicações Euclides Quandt de Oliveira e o ex-presidente da Telebrás, general José Antonio de Alencastro e Silva.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Os 252 candidatos Ficha Suja nas eleições 2014

Lista dos candidatos Ficha Suja para as eleições de 2014 é composta por 252 nomes. Confira, a seguir, a relação por Estado e partido.

FICHAS SUJA

253 candidatos estão impugnados pela Lei da Ficha Limpa em 2014 (Imagem: Pragmatismo Politico)

252 candidatos a cargos eletivos em todo o Brasil estão barrados pela Lei da Ficha Limpa em 2014. De acordo com a Lei, ficam inelegíveis os candidatos que tiverem suas contas rejeitadas por ato intencional (ou “doloso”) de improbidade administrativa quando exerciam cargos ou funções públicas, ou que foram condenados por determinados crimes em órgãos colegiados.

No caso das contas, é necessária a comprovação de que a irregularidade seja incorrigível, ou “insanável” e que e o ato ilegal seja considerado como improbidade administrativa. Também podem ser barrados os políticos que tiveram mandato cassado ou que renunciaram para escapar de processo de cassação. A palavra final se o candidato é “ficha suja” ou “ficha limpa” é da Justiça eleitoral. Mas o caso pode parar até no Supremo Tribunal Federal (STF).

A rejeição da candidatura não tira o político da corrida eleitoral e permite que ele siga com a campanha até a votação caso não tenham se esgotado todas as possibilidades de recurso. Se a situação dele não for regularizada, seus votos serão considerados inválidos.

Confira abaixo a lista dos 252 impugnados pela Lei da Ficha Limpa por Estado e partido.

Atualização. Antes com 253 nomes, a lista foi reduzida para 250 após o candidato Wilson Filho (PTB-PB), Junji Abe (PSD-SP) e Newton Lima (PT-SP) conseguir, junto ao TSE, o deferimento de sua candidatura

Acre 5 candidaturas
PMDB- 1 | PSB- 1 | PSD- 1 | PSL- 1 |PT- 1

Amapá 2 candidaturas
PMN- 1 | PSC- 1

Amazonas 5 candidaturas
PSB- 1 | DEM- 1 | PMDB-1 | PMN- 1 | PV-1

Bahia 5 candidaturas
PMDB- 2 | PRB- 1 | PT- 1 | PTdoB – 1

Ceará 10 candidaturas
PSDC- 1 | PSB- 1 | PCdoB- 1 | PTC- 1 | PRTB- 1| PTN- 1 | PTB- 1 | PROS- 1 | PSL- 1 | PSB- 1

Distrito Federal 7 candidaturas
PMDB- 1 | PMN- 2 | PP- 1 | PR- 2 | PV- 1

Espírito Santo 11 candidaturas
PR- 1 | PRP- 1 | PTB- 1 | SD- 1 | PV- 1 | PP- 1 | PTB- 1 | DEM- 1 | PTB- 1 |PTdoB- 1 | PRTB- 1

Goiás 10 candidaturas
DEM- 1 | PEN- 1 | PHS- 2 | PMDB- 1 | PPS- 1 | PSC- 1 | PSDB- 2 | SD-1

Maranhão 9 candidaturas
PDT- 1 | PR- 1 | PRTB- 1 | PSB- 1 | PSL- 1 | PT- 1 | PV- 2 | SD- 1

Mato Grosso 9 candidaturas
PCdoB-1 | PR-1 | PSD– 4 | PT- 3

Mato Grosso do Sul 3 candidaturas
PP- 1 | PSB-1 | PT- 1

Minas Gerais 13 candidaturas
PCdoB- 2 | PDT- 1 | PEN- 1 | PMN- 1 | PP- 1 | PRB- 2 | Psol- 1 | PTC- 2 | PTdoB- 2

Pará 20 candidaturas
PCdoB- 1 | PDT- 1 | PHS– 1 | PMDB– 1 | PP– 2 | PPS– 2 | PR– 1 | PRB– 1 | Pros- 1 | PSB- 1 | PSC– 1 | PSD– 1 | PSDB– 2 | PT– 3 | PV– 1

Paraíba 6 candidaturas
PDT- 1  | PMN- 2 | PTB- 1 | PTN- 1 | PV- 1

Paraná 8 candidaturas
PDT– 2 | PRP- 1 | PSD- 1 | PT- 1 | PTB- 1 | PTN- 1 | PV- 1

Pernambuco 4 candidaturas
PP- 1 | PSB- 1 | PSL- 1 | PTB- 1

Piauí 1 candidatura
PRP- 1

Rio de Janeiro 18 candidaturas
DEM– 1 | PDT– 4 | PMDB– 3 | PMN– 1 | PR- 2 | PRTB– 1 | PSB– 2 | PSD- 1 | PSL- 1 | PTdoB- 2

Rio Grande do Norte 5 candidaturas
PHS- 1 | PP- 2 | PSD- 1 | PTdoB- 1

Rio Grande do Sul 3 candidaturas
PDT- 1 | PEN- 1 | PPS- 1

Rondônia 5 candidaturas
PDT- 1| PP- 1 | PR- 1 | PT- 1 | SD- 1

Roraima 11 candidaturas
PSB- 1 | PDT- 1 | PRP- 1 | PTN- 1 | PP- 1 | PSDC- 1 | PPS- 1 | PCdoB- 1 | PP- 1 | DEM- 1 | PRP- 1

Santa Catarina 5 candidaturas
PP- 1 | PSB- 1 | PSDB- 2 | PTB- 1

Sergipe 6 candidaturas
DEM- 1 | PMN- 1 | PP- 1 | PPS- 1 | PSB- 1 | PSC- 1

São Paulo 69 candidaturas
DEM- 1 | PCdoB- 1 | PDT- 2 | PEN- 8 | PMDB- 4 | PMN- 1 | PP- 4 | PPS- 2 | PR- 2 | PRB- 2 | PRP- 1 | PSB- 7 | PSC- 4 |PSD- 5 | PSDB- 2 | PSDC- 1 | PSL- 1 | PSTU- 1 | PT- 8 | PTB- 5 | PTN- 1 | PV- 4 | SD- 2

Tocantins 3 candidaturas
PMDB- 1 | PSD- 1 | PSOL- 1


VEJA OS NOMES

Acre 5 candidaturas
PMDB- 1 | PSB- 1 | PSD- 1 | PSL- 1 |PT- 1

Alércio Dias (PSD) – deputado estadual
Dra Grace (PT) – deputada federal (desistiu)
Fagner Sales (PMDB) – deputado federal
Nilson Areal (PSL) – deputado estadual
Jazanias Mendes (PSB) – deputado estadual

Amapá 2 candidaturas
PMN- 1 | PSC- 1

Caetano Bentes (PSC) – deputado estadual
Fran Júnior (PMN) – deputado federal

Amazonas 5 candidaturas
PSB- 1 | DEM- 1 | PMDB-1 | PMN- 1 | PV-1

Antonio Marcos Maciel Fernandes (Marquinhos da Macil) (PSB) – deputado estadual
Dissica Valério Tomaz (PMDB) – deputado estadual
Jorge Ataíde (DEM) – deputado estadual
Platiny Soares (PV) – deputado estadual
Robson Gama (PMN) – deputado estadual

Bahia 5 candidaturas
PMDB- 2 | PRB- 1 | PT- 1 | PTdoB – 1

Beto Lelis (PMDB), deputado federal
Herzem Gusmão (PMDB), deputado estadual
Osmar Torres (PTdoB), deputado estadual
Silvio Ataliba (PT), deputado estadual
Zé Carlos da Pesca (PRB), deputado federal

Ceará 10 candidaturas
PSDC- 1 | PSB- 1 | PCdoB- 1 | PTC- 1 | PRTB- 1| PTN- 1 | PTB- 1 | PROS- 1 | PSL- 1 | PSB- 1

Agenor Manoel Ribeiro (PSDC), deputado estadual
Antônio Roque de Araújo (PSB), deputado estadual
Augusta Brito de Paula (PCdoB), deputada estadual
Francisco José Cunha de Queiroz (PTC), deputado estadual
José Acélio Paulino de Freitas (PRTB), deputado estadual
José Macêdo de Lima (PTN), deputado estadual
José Rocha Neto (PTB), deputado estadual
Mirian de Almeida Rodrigues Sobreira (Pros), deputada estadual
Raimundo Cordeiro de Freitas (PSL), deputada estadual
Raimundo Dias Angelim (PSB), deputado federal

Distrito Federal 7 candidaturas
PMDB- 1 | PMN- 2 | PP- 1 | PR- 2 | PV- 1

Aylton Gomes (PR) – deputado distrital
Célia Sousa (PV) – deputada distrital
Dr. Juarez de Paula (PMN) – deputado distrital
Jaqueline Roriz (PMN) – deputada federal (desistiu)
José Roberto Arruda (PR) – governador (desistiu e lançou a esposa como candidata a vice)
Marco Antonio Leal da Silva (Sgt. BM leal) (PP) – deputado distrital
Vandercy Antônia de Camargos (Professora Vandercy) (PMDB) – deputada distrital

Espírito Santo 11 candidaturas
PR- 1 | PRP- 1 | PTB- 1 | SD- 1 | PV- 1 | PP- 1 | PTB- 1 | DEM- 1 | PTB- 1 |PTdoB- 1 | PRTB- 1

Claudimar Henker (PR) – deputado estadual
Cleone Gomes do Nascimento (PRP) – deputado federal
Edson Henrique Pereira (PTB) – deputado estadual
Hélio Dutra Leal (SD) – deputado federal
Heliomar Costa Novais (PV) – deputado federal
Jackson Rangel (PP) – deputado federal
José Carlos Elias (PTB) – deputado federal
Lauriano Zancanela (DEM) – deputado estadual
Maryhanderson (PTB) – deputado estadual
Modesto Godi (PTdoB) – deputado estadual
Pastor Ivan (PRTB) – deputado federal (desistiu)

Goiás 10 candidaturas
DEM- 1 | PEN- 1 | PHS- 2 | PMDB- 1 | PPS- 1 | PSC- 1 | PSDB- 2 | SD-1

Alex Batista (PHS), deputado estadual
Anázio Airton Bernardes Pereira – Anazão (SD), deputado estadual
André Luiz Gomes de Almeida – Doutor André (PPS), deputado estadual
Cláudio da Unifam (PSC), deputado estadual
Gênio Eurípedes (PSDB), deputado federal
Gisele Silva (PMDB), deputada estadual
Iris Lira (PEN), deputado estadual
Maria da Conceição da Silva Vieira (DEM), deputada estadual
Rui Figueiredo (PHS), deputado estadual
Valdivino de Oliveira (PSDB), deputado federal

Maranhão 9 candidaturas
PDT- 1 | PR- 1 | PRTB- 1 | PSB- 1 | PSL- 1 | PT- 1 | PV- 2 | SD- 1

Chico do Rádio (PDT) – deputado estadual
Francisco Valbert Ferreira de Queiroz (Quininha) (PSB) – deputado estadual
Frank Seba (SD) – deputado estadual (desistiu e lançou o neto Seba no lugar)
Hemétrio Weba (PV) – deputado estadual (candidato à reeleição, ele foi liberado pelo TRE-MA, mas barrado pelo TSE após recurso do Ministério Público Eleitoral)
Jeová Alves (PSL) – deputado federal
Magno Bacelar (PV) – deputado estadual
Manoel Dentista (PRTB) – deputado estadual (desistiu)
Raimundo Louro (PR) – deputado estadual
Raimundo Monteiro (PT) – 1º suplente de senador

Mato Grosso 9 candidaturas
PCdoB-1 | PR-1 | PSD– 4 | PT- 3

Altir Peruzzo (PT) – deputado estadual
Eunice Rodrigues (PT) – deputada estadual
José Antunes de França (Dega) (PSD) – deputado estadual
José Geraldo Riva (PSD) – governador (desistiu e lançou a esposa em seu lugar)
Meraldo Sá (PSD) – deputado estadual
Nelci Capitani (PSD) – deputado estadual
Neldo Egon Weirich (PR) – deputado estadual
Valdir Barranco (PT) – deputado estadual
Zózimo Wellington Chaparral (PCdoB) – deputado estadual

Mato Grosso do Sul 3 candidaturas
PP- 1 | PSB-1 | PT- 1

Alcides Bernal (PP) – senador
Danilo Luiz (PSB) – deputado estadual
Bonelli (PT) – deputado estadual (desistiu)

Minas Gerais 13 candidaturas
PCdoB- 2 | PDT- 1 | PEN- 1 | PMN- 1 | PP- 1 | PRB- 2 | Psol- 1 | PTC- 2 | PTdoB- 2

Anderson Adauto Pereira (PRB), deputado federal
Carlos Alberto Pereira (PMN), deputado federal
Carlos Eduardo de Almeida (PCdoB) deputado estadual (renunciou)
Hélio Pinheiro da Silva (PTC), deputado estadual
Ivo Mendes Filho (PCdoB), deputado estadual
Jorge Tarcísio Torquato (Psol), deputado federal
José do Nascimento Elias (PDT), deputado estadual
Marcos Tolentino da Silva (PEN), deputado federal (renunciou)
Natalício Tenório Cavalcanti (PTdoB), deputado estadual
Neyval José de Andrade (PTC), deputado estadual
Paulo Orlando Rodrigues de Mattos (PTdoB), deputado federal
Pedro Ivo Ferreira Caminhas (PP), deputado estadual
Ronaldo Resende Ribeiro (PRB), deputado federal

Pará 20 candidaturas
PCdoB- 1 | PDT- 1 | PHS– 1 | PMDB– 1 | PP– 2 | PPS– 2 | PR– 1 | PRB– 1 | Pros- 1 | PSB- 1 | PSC– 1 | PSD– 1 | PSDB– 2 | PT– 3 | PV– 1

Artur Tourinho (PMDB) – deputado estadual
Bernadete Ten Caten (PT) – deputada estadual (desistiu)
Chico da Pesca (Pros) – deputado estadual
Edna Lusia de Souza Costa (Bispa Edna) (PR) – deputada estadual
Jordânio Felizardo (PHS) – deputado estadual
Luiz Sefer (PP) – deputado estadual
Luiz Rebelo (PP) – deputado estadual (desistiu e lançou o filho no lugar)
Maura Edwirges Marques dos Santos (PSDB) – deputada federal
Marlene Mateus (PV) – deputada federal
Marta Dionisio Batista (Irmã Batista) (PSC) – deputada estadual
Olávio Rocha (PSB) – deputado estadual
Orlando Lobato (PRB) – deputado estadual
Paulo Rocha (PT) – senador
Pedro Barreirão (PCdoB) – deputado estadual
Ronivaldo Fernandes do Carmo (Rony) (PSDB) – deputado estadual
Rosilane Evangelista (PT) – deputada estadual
Silvio Carlos Bahia Santos (Silvinho Santos) (PSD) – deputado estadual
Vagner Curi (PDT) – deputado estadual (desistiu)
Wanderley Dias Vieira (Dr. Wanderley) (PPS) – deputado estadual
Zé Carlos Galiza (PPS) – deputado estadual

Paraíba 6 candidaturas
PDT- 1  | PMN- 2 | PTB- 1 | PTN- 1 | PV- 1

Balduíno Clementino (PTN) – deputado estadual
Genival Lacerda (PMN) – deputado federal
Lúcia Braga (PV) – deputada estadual (desistiu)
Pastor Luciano Breno (PMN) – deputado estadual
Raoni Barreto (PDT) – deputado estadual
Wilson Filho (PTB), deputado federal [liberado pelo TSE]

Paraná 8 candidaturas
PDT– 2 | PRP- 1 | PSD- 1 | PT- 1 | PTB- 1 | PTN- 1 | PV- 1

Almir Batista (PTB) – deputado estadual (desistiu)
Baka (PDT) – deputado federal
Bispo Costa (PDT) – deputado estadual
Celso Luiz Soares Rocha (PRP), primeiro suplente de senador (desistiu)
Dr. Alecsandro (PT) – deputado estadual
José Augusto Felippe (PSD), deputado estadual (desistiu)
Oscar da ONG Anjos (PTN) – deputado estadual
Sônia Sapata (PV), deputada federal

Pernambuco 4 candidaturas
PP- 1 | PSB- 1 | PSL- 1 | PTB- 1

Carlos Evandro Pereira de Meneses(PSB) – deputado estadual (desistiu)
Clarice Correa de Oliveira (PP) – deputada estadual (desistiu)
Gilson Muniz Dias (PTB) – deputada federal
Tarcísio Dias das Mercês (PSL) – deputado estadual

Piauí 1 candidatura
PRP- 1

Laécio Borges (PRP) – deputado federal

Rio de Janeiro 18 candidaturas
DEM– 1 | PDT– 4 | PMDB– 3 | PMN– 1 | PR- 2 | PRTB– 1 | PSB– 2 | PSD- 1 | PSL- 1 | PTdoB- 2

Ademir Alves de Melo (PSD) – deputado federal (desistiu)
Alciones Cordeiro (PRTB) – deputado federal
Arnaldo Vianna (PDT) – deputado estadual (desistiu)
Carlos Augusto Carvalho Balthazar (PSL) – deputado estadual
Celso Jacob (PMDB) – deputado federal
César Maia (DEM) – senador
David da Costa Villar Filho (PSB) – deputado estadual
Elton da Silva Neves, Cel. Elton Queixada (PSB) – deputado estadual
João Barbosa Bravo (PTdoB) – deputado federal (desistiu)
José Valdezir Pereira de Lima, Kikinho (PMN) – deputado federal
Marcus Lorenz Melo de Abreu (PR) – deputado federal
Maria Aparecida Panisset (PDT) – deputado federal
Maria José Cassane Soares (PMDB) – deputado estadual
Ricardo Martins David (Ricardo Abrão) (PDT) – deputado estadual (desistiu)
Riverton Mussi Ramos (PMDB) – deputado estadual
Rubem Nelson (PDT) – deputado federal
Samuel Correa da Rocha Junior, Samuquinha (PR) – deputado estadual
Werner Benites Saraiva da Fonseca (PTdoB) – deputado federal (desistiu)

Rio Grande do Norte 5 candidaturas
PHS- 1 | PP- 2 | PSD- 1 | PTdoB- 1

Amaro Saturnino (PTdoB) – deputado estadual
Betinho Rosado (PP) – deputado federal (desistiu e lançou a candidatura do filho)
Fernando Fernandes (PP) – deputado estadual
Rivaldo Felix de Lima (Rei Pop Show) (PHS) – deputado federal
Zé Vander (PSD) – deputado estadual

Rio Grande do Sul 3 candidaturas
PDT- 1 | PEN- 1 | PPS- 1

Fábio Rocha (PEN) – deputado federal (desistiu)
Flavio Zacher (PDT) – deputado federal
Sérgio Camps de Morais (PPS) – 2º suplente de senador (desistiu)

Rondônia 5 candidaturas
PDT- 1| PP- 1 | PR- 1 | PT- 1 | SD- 1

Assis Gurgacz (PDT) – 1o suplente de senador
Edvilson Negreiros (PR) – deputado estadual
Joarez Jardim (PP) – deputado federal
Rosália Negona (PT) – deputada estadual
Nilton Caetano (SD) – deputado estadual (desistiu)

Roraima 11 candidaturas
PSB- 1 | PDT- 1 | PRP- 1 | PTN- 1 | PP- 1 | PSDC- 1 | PPS- 1 | PCdoB- 1 | PP- 1 | DEM- 1 | PRP- 1

Alysson Mota Ferreira (PSB) – deputado estadual (desistiu)
Augusto Alberto Iglesias Ferreira (PDT) – deputado federal
Chico das Verduras (PRP) – deputado federal
Denner Ratts (PTN), deputado estadual (desistiu)
Evandro Moreira (PP), deputado estadual (desistiu)
Jalser Renier (PSDC) – deputado estadual
James Batista (PPS) – deputado estadual
Lurenes Cruz do Nascimento (PCdoB) – deputado federal
Neudo Campos (PP) – governador (desistiu e lançou a mulher em seu lugar)
Paulo César Quartiero (DEM) – vice-governador (apesar de contestada, sua candidatura foi deferida pelo TRE-RR. Acabou barrado por compor chapa com Neudo Campos. Seu registro ainda figura como indeferido com recurso na página do TSE)
Teylor Colares Filgueiras (PRP), deputado estadual (desistiu)

Santa Catarina 5 candidaturas
PP- 1 | PSB- 1 | PSDB- 2 | PTB- 1

Dagomar Carneiro (PSB), deputado estadual
Gilmar Knaesel (PSDB), deputado estadual
João Pizzolatti (PP), deputado federal (desistiu da reeleição e indicou o filho no lugar)
Paulo Boeira (PTB), deputado estadual
Saulo Sperotto (PSDB), deputado federal

Sergipe 6 candidaturas
DEM- 1 | PMN- 1 | PP- 1 | PPS- 1 | PSB- 1 | PSC- 1

André Luís Dantas Ferreira (André Moura) (PSC) – deputado federal
Carlos Augusto Ferreira (Carlinhos) (PSB) – deputado federal (desistiu)
Givanildo Batista da Silva (PP) – deputado estadual
José Job de Carvalho Filho (Dr. Job) (PPS) – deputado estadual (desistiu)
Josilda Alice da Graça Monteiro (DEM) – deputado federal (desistiu)
Reinato Rodrigues dos Santos (Shaullim) (PMN) – deputado estadual

São Paulo 69 candidaturas
DEM- 1 | PCdoB- 1 | PDT- 2 | PEN- 8 | PMDB- 4 | PMN- 1 | PP- 4 | PPS- 2 | PR- 2 | PRB- 2 | PRP- 1 | PSB- 7 | PSC- 4 |PSD- 5 | PSDB- 2 | PSDC- 1 | PSL- 1 | PSTU- 1 | PT- 8 | PTB- 5 | PTN- 1 | PV- 4 | SD- 2

Abelardo Camarinha (PSB), deputado estadual
Adauto Aparecido Scardoelli (PT), deputado federal
Adeir Cupertino (PSC), deputado federal
Adelson de Souza Penha (PV), deputado federal
Adler Alfredo Jardim Teixeira (PSC), deputado federal
Alexandre José da Cunha (PP), deputado estadual
Alexandre Simões Pimentel (PT), deputado estadual
Aluizio Leonardo (PDT), deputado federal
Anésia Aparecida Rodrigues Schmidt (PR), deputada estadual
Angelo Augusto Perugini (PT), deputado estadual
Antonio Amaral Junior (PT), deputado estadual
Antonio Aparecido Rodrigues da Silva (PEN), deputado federal
Aparecido Carlos dos Santos (SD), deputado estadual
Aparecido Inacio da Silva (SD), deputado estadual
Aroldo Pereira de Souza (PTB), deputado federal
Balbina de Oliveira de Paula Santos (PMDB), deputada federal
Carlos Antonio Ferreira dos Santos (PEN), deputado federal
Délbio Camargo Teruel (PSD), deputado federal
Edmilson Gonçalves de Souza (PSDC), deputado estadual
Estevam Galvão de Oliveira (DEM), deputado estadual
Francisco Pereira de Sousa Filho (PPS), deputado estadual
Fuad Gabriel Chucre (PSDB), deputado estadual
Isac Franco dos Reis (PT), deputado estadual
Isaías Conceição (PEN), deputado federal
Ivana Camarinha (PV), deputada estadual
Jaime Donizete Pereira (PSC), deputado federal
Jairo Ferreira da Silva (PTB), deputado federal
João Lucio Balduzzi Pereira (PSB), deputado estadual
João Luis Dias Zafalão (PSTU), deputado estadual
Jorge Abissanra (PSB), deputado federal
José Izidro Neto (PMDB), deputado estadual
José Roberto de Oliveira (PEN), deputado federal
José Roberto Tricoli (PV), deputado estadual
José Urias Costa de Oliveira (PRP), deputado federal
Joseph Raffoul (PTB), deputado federal
Joseph Zuza Somaan Abdul Massih (PP), deputado estadual
Júlio César Polaco Zitelli (PEN), deputado estadual
Junji Abe (PSD), deputado federal [liberado pelo TSE]
Leandro de Camargo Barros (PSB), deputado estadual
Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (PSDB), deputado estadual
Marcelo Pires Vieira (PTB), deputado estadual
Marco Antonio Marchi (PSD), deputado estadual
Marco Aurélio de Souza (PT), deputado estadual
Maria Helena Borges Vannuchi (PT), deputado estadual
Mazen Ezzat Haidar (PP), deputado estadual
Miguel Francisco Lopes (PSD), deputado estadual
Newton Lima (PT), deputado federal [liberado pelo TSE]
Odmir Alves Pereira (PSB), deputado federal
Osvaldo Franceschi Junior (PV), deputado federal
Osvaldo Martins (PSL), deputado estadual
Paulo Cesar Neme (PSC), deputado federal
Paulo Maluf (PP), deputado federal
Paulo Sérgio Rodrigues Alves (PR), deputado estadual
Pedro Luiz Viviane (PMN), deputado federal
Pedro Nunes Filho (PDT), deputado estadual
Pedro Tomishigue Mori (PSB), deputado federal
Reinaldo Guimarães Mota (PSB), deputado estadual
Ricardo Moraghi (PMDB), deputado estadual
Roberto Pereira Peixoto (PEN), deputado estadual
Roberto Ramalho Tavares (PRB), deputado federal
Ronaldo Ferreira da Costa (PEN), deputado estadual
Rubens Sanchez Proença (PRB), deputado federal
Sandra Pereira da Silva Lima (PTB), deputada estadual
Sergio Benassi (PCdoB), deputado estadual
Sonia Francine Gaspar Marmo (PPS), deputada federal
Vanessa Damo Orosco (PMDB), deputada estadual
Wagner Ricardo Antunes Filho (PSD), deputado estadual
Wanderley Madeira Adão (PTN), deputado estadual
Welinton José dos Santos (PEN), deputado federal

Tocantins 3 candidaturas
PMDB- 1 | PSD- 1 | PSOL- 1

Amiron José Pinto (PMDB), deputado estadual
Joaquim Rocha Pereira (Psol), 2º suplente de senador
José Viana Povoa Camelo (PSD), deputado estadual (renunciou)


Na Justiça

A palavra final sobre esses casos será dada pela Justiça eleitoral, responsável pela análise dos recursos apresentados pelos candidatos. A legislação permite que os candidatos barrados pela Ficha Limpa continuem em campanha até que se esgotem as possibilidades de apelação.


Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/09/os-253-candidatos-ficha-suja-nas-eleicoes-2014.html

sábado, 8 de novembro de 2014

Privatização. Foi um bom negócio?

CHARGE-NANI-001 Com a privatização das telecomunicações, os cofres públicos receberam, ao longo dos últimos 10 anos, a impressionante soma de R$ 330 bilhões, visto que o Brasil cobra as mais elevadas alíquotas de impostos do mundo sobre serviços de telecomunicações (43%). Esses R$ 330 bilhões saíram de nossos bolsos, leitor. Foram impostos cobrados em nossas contas telefônicas. E veja este dado significativo: esse valor corresponde a 10 vezes o lucro líquido de todas as operadoras no período.

Além dos R$ 300 bilhões arrecadados em tributos, para os Estados e a União, o governo federal confiscou R$ 32 bilhões “contingenciados” dos fundos de universalização (Fust), de fiscalização (Fistel) e de tecnologia de telecomunicações (Funttel). O total de recursos carreados para os cofres públicos pelas telecomunicações privatizadas foi, então, R$ 362 bilhões.

E para os sindicalistas do PT, é bom lembrar que o número de empregos na área de telecomunicações, que em 1998, era de 155 mil, passou para mais de 390 mil em 2010.

As boas privatizações multiplicam o patrimônio das empresas, criam novos empregos e geram bilhões de exportações, como ocorreu com a Vale e a Embraer. Vejamos apenas o caso da Vale.

* Em 1997 a Vale estatal pagou à União US$110 milhões em impostos e dividendos. Depois de nove anos de privatização em, 2006, essa arrecadação foi multiplicada 23 vezes, para US$$2,6 bilhões.

* Nesse mesmo período, o número de empregados cresceu cinco vezes, de 11 mil para 56 mil.

* As exportações triplicaram de US$3 bilhões para US$ 9 bilhões.

* A produção expandiu de 100 milhões de toneladas para 250 milhões.

* Entre 1943 a 1997, portanto em 54 anos de controle estatal, a Vale investiu a soma de US$24 bilhões. Em apenas seis anos de gestão privada, entre 2001/2006, ela aplicou US$ 44,6 bilhões em investimentos, criando riqueza para o País.

Concessão ou privatização?

Dilma Privatização A concessão dos aeroportos gerou um debate entre os tucanos, que comemoram a suposta adesão do PT às privatizações, versus alguns petistas, que negam qualquer semelhança entre “conceder” e “privatizar”.

Neste debate, alguns não estão falando toda a verdade.

Concessão é uma modalidade de privatização. Privatizar não é apenas vender o patrimônio; pode ser também conceder seu uso por determinado tempo, sob determinadas condições. Negar isto é um revelador “ato falho”, típico de quem no fundo sabe que está fazendo algo problemático.

Por outro lado, os tucanos sabem muito bem a diferença entre as privatizações que eles fizeram versus o que foi feito em governos petistas, ontem e hoje. No caso em tela, há pelo menos três diferenças.

Primeiro, embora a concessão seja uma modalidade de privatização, trata-se de uma modalidade distinta da transferência de patrimônio, especialmente quando feita em troca de nada, como os tucanos fizeram com a Vale do Rio Doce.

Segundo, os tucanos fizeram privataria, uma “etapa superior da privatização”, na qual os envolvidos tornaram-se muito ricos…

Terceira e decisiva diferença: para o PSDB, as privatizações constituem parte essencial de uma estratégia neoliberal de desenvolvimento e de um modelo de sociedade dominada pelos “mercados”.

Nestes dois terrenos (papel do Estado e do capital privado na estratégia geral de desenvolvimento e no modelo de sociedade), o PT e PSDB estavam e estão em posições opostas.

Apesar de governos encabeçados por petistas, tanto agora quanto em momentos anteriores, terem patrocinado terceirizações, concessões e até mesmo venda de patrimônio público, um exame honesto do conjunto da obra mostra que existem diferenças de fundo entre PT e PSDB.

Os tucanos conferem ao capital privado papel decisivo. Já o PT defende que o Estado tenha papel central, tanto na estratégia de desenvolvimento quanto no modelo de sociedade.

Estas e outras diferenças entre PT e PSDB seguirão existindo, ao menos enquanto um dos partidos não mudar de classe social.

Se isto que falamos até agora for verdadeiro, o debate no interior do PT sobre a concessão dos aeroportos deveria tratar dos aspectos estratégicos e táticos da questão.

Do ponto de vista tático, a concessão foi economicamente desnecessária e politicamente incorreta.

Economicamente desnecessária, porque o Estado dispunha e dispõe dos meios gerenciais e financeiros para realizar a modernização, ampliação e administração dos aeroportos. E para atrair o capital privado, havia alternativas melhores do que a concessão.

Politicamente incorreta, porque a concessão facilitou o ataque da mídia e da oposição, que busca sair das cordas e nos arrastar para a vala comum das privatarias, acusando ao PT e ao governo de estelionato, incoerência etc.

Do ponto de vista estratégico, a opção pela concessão confirma que estamos diante de um dilema.

Como dissemos antes, nem o PT, nem o governo Dilma são partidários de uma estratégia privatizante. Mas…

Mas como não conseguirmos fazer uma reforma tributária; como as taxas de juros continuam altas; como estamos demorando a adotar medidas macroeconômicas que nos protejam do agravamento da crise; logo…

Logo será cada vez maior a carência de recursos para o país continuar crescendo com ampliação das políticas sociais. E frente a um cobertor curto, será cada vez maior a tentação oferecida por falsas alternativas, tão ao gosto dos tucanos, como privatizações de variadas modalidades, reformas conservadoras da previdência, orçamentos insuficientes para as políticas sociais etc.

O dilema consiste nisto: ou percebemos que para uma nova situação é necessária uma nova estratégia, e conseguimos a força necessária para fazer mudanças de fundo, ou seremos empurrados para aquelas situações aparentemente sem saída, nas quais somos levados a escolher o mal menor.

Aparentemente menor…

*Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do PT

Fonte: Portal do PT - http://www.pagina13.org.br/noticias/muito-alem-da-semantica/

Lula criou 13 Universidades Federais?

charge-Educacao5 Dados do próprio Ministério da Educação.

Lula afirma por aí ter criado 13 universidades federais.

É mentira!

Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro. Por quê? A maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões. Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel.

E isso, que é um fato, está espelhado nos números, que são do Ministério da Educação. Poucos sabem,  a Globo comprada não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 – seis anos de mandato de Lula. Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008). Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%. Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco.

As federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036. O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008. Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009. Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 – 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período.

No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa!  Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo. A menos que o Ministério da Educação corra para maquiar os números, a verdade é essa que segue acima, não o que disse Lula em seu discurso.

O ex-ministro da Educação e atual secretário da área em São Paulo, Paulo Renato, comentou a fala do presidente: “O Lula é um usurpador de obras passadas e futuras; toma para si o que outros fizeram e também o que outros ainda farão depois dele; algumas das suas universidades estão apenas no papel e ainda têm de ser criadas”.

Mentiras da Net - Viúva de Che Guevara recebe pensão no Brasil

É verdade que Aleida March recebe uma aposentadoria mensal de R$ 9.800 do Brasil há 10 anos por ser viúva de Ernesto Che Guevara?

A notícia apareceu na web no final da primeira quinzena de outubro de 2014 e denuncia uma possível pensão brasileira que estaria sendo paga à viúva do guerrilheiro argentino-cubano Ernesto “Che” Guevara.

De acordo com o texto, que está circulando pelas redes sociais e em vários blogs sobre política, o valor mensal de R$ 9.800,00 estaria sendo pago pelo Governo do Brasil à Aleida March em reconhecimento ao trabalho que o marido revolucionário fez pela libertação de países da América Latina.

A denúncia ainda afirma que a viúva não recebe sua pensão diretamente pelo INSS, mas sim como uma ajuda de custo direto do governo!

Será que isso é verdade?

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Aleida March, viúva de Che Guevara, estaria recebendo uma aposentadoria do Brasil! Verdade ou farsa? (foto: Reprodução/Facebook)

Verdadeiro ou falso?

Fizemos uma busca na web sobre esse assunto e apenas o que encontramos foram sites e blogs que apenas copiaram o mesmo texto – como o Política na Pauta e o Vítimas do INSSsem citar nenhuma fonte. Isso, por si só, já é um indício um boato.

Como foi descoberto esse esquema?

Existe algum documento que comprove as transações?

Não há nenhuma prova disso, além das publicações nas redes sociais. Nenhum jornal de grande circulação publicou uma só linha a respeito. Uma denúncia dessa, com certeza, faria qualquer jornal em busca de um furo correr para noticiar a “maracutaia”.

Origem

Quem criou esse boato foi o blog humorístico A Conversa Mole pra Boi Dormir no dia 11 de outubro de 2014. Na seção “Quem Somos” do blog há um texto avisando que nada do que está escrito lá deva ser levado a sério!

Em algum momento, alguém copiou o artigo do humorístico e espalhou por aí, como se fosse verdade.

Boato semelhante

Já mostramos aqui no E-farsas outro boato semelhante que afirmava que o ex-presidente de Cuba Fidel Castro estaria recebendo uma aposentadoria mensal de R$ 50 mil do Brasil há 5 anos. Na época, acabamos descobrindo que essa “denúncia” também era falsa e foi inventada pelo mesmo blog de humor!

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Fidel Castro estaria recebendo uma aposentadoria bem gorda do Brasil! Verdade ou farsa? (foto: reprodução/Facebook)

 

Conclusão

Aleida March não está recebendo aposentadoria por viuvez do Brasil. Essa história foi uma piada criada por um blog humorístico.

Copiado de: http://www.e-farsas.com/viuva-de-che-guevara-recebe-aposentadoria-ha-10-anos-brasil.html#ixzz3ITrm7igW

Nota deste Blog: Essa que aparece nas fotos divulgadas na mensagem é a filha da Aleida March com "Che" que tem o mesmo nome da mãe acrescido de "Guevara" no sobrenome. A mãe Aleida tem hoje 87 anos e mora em Cuba.

AS 10 DA DILMA

Dilma-ditadura-democracia1 Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário. Se George Orwell estivesse por ai, seria prontamente acusado de terrorismo eleitoral.
Enquanto insistirem em falar mentiras sobre os “neoliberais”, cumprirei o compromisso de falar verdades sobre o governo.
Há dois elementos constrangedores envolvendo o governo Dilma: a incompetência e a desonestidade intelectual – essa última conhecida popularmente como hábito da mentira.
Inventam o que querem para evitarem a mudança de endereço. Abaixo listo as dez mentiras que mais me incomodam, cujas implicações ao seu patrimônio podem ser substanciais.
Restrinjo-me a questões de economia e finanças. Não imagino que a mitomania limite-se a essa área, mas prefiro manter-me no escopo, por uma questão de pertinência desta newsletter.
Ao não reconhecer os erros, mantém-se a rota errada da política econômica. Bateremos de frente com uma crise financeira em 2015.

1. “A crise vem de fora.”
Esse é o discurso oficial para justificar a recessão técnica em curso no Brasil. O que os dados podem nos dizer sobre isso? Comecemos do mais simples: o crescimento econômico do Governo Dilma será, na média, dois pontos percentuais menor àquele apresentado pela América Latina. Nos governos Lula e FHC, avançamos na mesma velocidade dos vizinhos.
Indo além, há de se lembrar que a economia mundial cresceu 3,9% em 2011, 3% ao ano entre 2012 e 2013, e deve emplacar mais 3,6% em 2014. Nada mal.
Comparando com o pessoal mais aqui ao lado especificamente, Chile, Colômbia e Peru, exatamente aqueles que adotaram políticas econômicas ortodoxas e perseguiram uma agenda de reformas na América Latina, cresceram 4,1%, 4,0% e 5,6% ao ano, entre 2008 e 2013.
Enquanto isso, a evolução média do PIB brasileiro na administração Dilma deve ser de 1,7% ao ano.
A retórica oficial, desprovida de qualquer embasamento empírico, continua ser de que a crise vem de fora. Aquela marolinha identificada pelo presidente Lula, lá em 2008, seis anos atrás, ainda deixando suas mazelas.

2. “A política neoliberal vai aumentar o desemprego.”
Não há como desafiar o óbvio de que o produto agregado (PIB) depende dos fatores de produção, capital e trabalho. Ora, com o PIB desabando por conta da política econômica heterodoxa, cedo ou tarde bateremos no emprego.
Podemos não conseguir precisar qual a exata função de produção, ou seja, de como o PIB se relaciona com o nível de emprego, mas não há como contestar a existência de relação entre as variáveis.
O crescimento econômico da era Dilma é o menor desde Floriano Peixoto, governo terminado em 1894, subsequente à crise do encilhamento. Há uma transmissão óbvia desse comportamento para o emprego.
Os dados do Caged de maio apontaram a menor geração de postos de trabalho desde 1992. Em sequência, junho foi o pior desde 1998. E julho, o pior desde 1999. O dado de setembro, recém divulgado, foi o pior desde 2001.
Quem vai gerar desemprego é a nova matriz econômica – não o fez ainda simplesmente porque essa é a última variável a reagir (e a única que ainda não foi destruída).

3. “A oposição quer acabar com o reajuste do salário mínimo.”
Essa é uma mentira escabrosa por vários motivos. O primeiro é trivial: o candidato da oposição (embora pareça haver dois, há apenas um) já se comprometeu, em dezenas de oportunidades, em manter a política de reajuste de salário mínimo.
Ademais, quando Dilma se coloca como a protetora do salário mínimo, está simplesmente contrariando as estatísticas. O aumento real do salário mínimo foi de 4,7% ao ano entre 1994 e 2002, de 5,5% ao ano entre 2003 e 2010, e de 3,5% ao ano entre 2011 e 2013.
Ou seja, o reajuste do mínimo na era Dilma é inferior àquele implementado por Lula e também ao observado no período FHC. Ainda assim, Dilma se coloca como o bastião em favor do salário mínimo.

4. “A política neoliberal proposta pela oposição vai promover arrocho salarial.”
Esse ponto, obviamente, guarda relação com o anterior. Destaquei-o mesmo assim porque denota a doença de ilusão monetária ou uma tentativa descarada de enganar a população.
Arrocho salarial já vem sendo promovido pela atual política econômica, por meio da disparada da inflação. O salário nominal, o quanto o sujeito recebe em reais no final do mês, não interessa per se. O relevante é como e quanto esse numerário pode ser transformado em poder de compra – isso, evidentemente, tem sido maltratado pela leniência no combate à inflação.
Precisamos dar profundidade mínima ao debate. Se você consegue aumentos sistemáticos de salário acima da produtividade do trabalhador, a contrapartida óbvia no longo prazo é a inflação, que acaba reduzindo o próprio salário real.
O que os “neoliberais” querem é perseguir aumentos de produtividade maiores e duradouros. Isso permitiria dar incrementos de salário substanciais, sem impactar a inflação.
Caso contrário, aumentos do salário nominal serão corroídos pela inflação.

5. “O Brasil quebrou três vezes.”
O Brasil quebrou uma única vez, em fevereiro de 1987, no governo Sarney, quando foi decretada a suspensão do pagamento dos juros da dívida externa.
Quebrar é uma definição explícita e até mesmo técnica, ligada à moratória, o que é bem diferente de recorrer ao FMI, grosso modo um acesso a um dinheiro barato, sem mito ou fábula.
Durante o governo FHC, houve três empréstimos do FMI: i) durante a transição do câmbio fixo para flutuante entre 1998 e 1999; ii) durante a crise de 2001, ano especialmente difícil por conta da quebra (verdadeira) da Argentina; e iii) em 2002, por conta da chegada ao poder de Lula, que impusera aos mercados grande incerteza e, por conseguinte, enorme fuga de capitais.
Bom, mas como verdades não são o forte da campanha, logo ouviremos de novo sobre as três vezes que o Brasil (não) quebrou.

6. “A política monetária foi exitosa.”
A frase foi proferida por Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, em seminário nos EUA sobre política monetária. A inflação brasileira já estourou o teto da meta, de 6,50% em 12 meses, ignorando o princípio básico de um sistema de metas, em que o centro do intervalo deve ser perseguido. A banda de tolerância de dois pontos existe apenas para abarcar choques exógenos.
O IPCA de setembro aponta variação de 6,75% em 12 meses, estourando o limite superior do intervalo.
Transformamos o teto no nosso objetivo e represamos cerca de dois pontos de inflação através do controle de preços de combustíveis, energia e câmbio.
Esse é o tipo de êxito que esperamos da política econômica?

7. “Precisamos de um pouco mais de inflação para não perder empregos.”
Para ser justo, a frase, ao menos que seja de meu conhecimento, não foi dita ipsis verbis por nenhum membro do Governo. Entretanto, a julgar pelas decisões e diretrizes de política monetária, parece permanecer o racional da administração petista.
O velho trade-off entre inflação e crescimento, em pleno século XXI?
Bom, antes de entrar no debate acadêmico, pondero que poderia até ser verdade se houvesse, de fato, crescimento. Conforme supracitado, não é o caso.
Ignorando esse fato e fingindo que vivemos crescimento econômico pujante, a questão sobre o trade-off entre inflação e crescimento parece apoiar-se numa discussão tacanha sobre a Curva de Phillips.
O debate até faria sentido se estivéssemos nos idos de 1970. Dai em diante, Friedman, Phelps e outros destruíram o argumento de mais inflação, mais emprego.
A partir da síntese de 1976, naquilo que ficou batizado de crítica de Lucas, com trabalhos posteriores sobretudo de Kydland e Prescott, a fronteira do conhecimento passou a incorporar a ideia de que o trade-off entre inflação e desemprego existe apenas a curtíssimo prazo.
Ao trabalhar com uma inflação sistematicamente mais alta, rapidamente voltamos a um novo equilíbrio, com nível de preços maior e o mesmo nível de emprego original.
E, sim, o espaço aqui está aberto para o pessoal da Unicamp rebater o argumento de Lucas (professor Belluzzo incluindo, sem nenhum tipo de enfrentamento aqui; convite educada e genuinamente a um derbi das ideias). Criticam-nos por ouvir apenas a oposição e ignoram que eles declinam nosso convites – só pode haver vozes governistas e/ou heterodoxas em nossos eventos se elas aceitarem participar, certo? Lembre-se: fizemos o convite ao competente Nelson Barbosa, que, infelizmente, não pode comparecer por incompatibilidade de agenda.

8. “As contas públicas estão absolutamente organizadas. O superávit primário, embora menor do que em 2008, é um dos maiores do mundo. Dizer que há uma desorganização fiscal é um absurdo.”
A preciosidade foi dita pelo ministro Guido Mantega em entrevista ao jornal Valor. O superávit primário do setor público não é somente menor àquele de 2008. No primeiro semestre, foi o menor da história, em R$ 29,4 bilhões.
Agosto marcou o quarto mês consecutivo de déficit primário, de modo que o acumulado está em R$ 10,2 bilhões.
O superávit acumulado no ano até agosto é de 0,3% do PIB, enquanto a promessa do governo (para segurar o rating) é entregar 1,9% do PIB.
Essa é a herança que a “absoluta organização das contas públicas está nos deixando.”

9. “Nunca foi feito tanto pelo pobre neste país.”
Intuitivamente, você já poderia desconfiar da afirmação quando pensa na inflação, que é um fenômeno essencialmente ruim para as classes mais baixas. Os abastados têm um estoque de riqueza aplicada em ativos que remuneram acima da inflação. Logo, estão em grande parte protegidos. A inflação é um instrumento clássico de concentração de riqueza.
Mas há de ser além da simples intuição, evidentemente. Estudos mais recentes indicam que, depois de 10 anos consecutivos em queda, a desigualdade de renda no Brasil parou de cair de forma estatisticamente significativa em 2012. Documento IPEA n 159 é categórico em dizer que a concentração de renda no Brasil cai sistematicamente até 2012; a partir daí, há dúvidas.
O índice de Gini apresenta queda marginal entre 2011 e 2012, enquanto as curvas de Lorenz dos dois anos estão sobrepostas, indicando, grosso modo, estagnação na melhora.
Ainda mais problemático, estudo encomendado pelo IPEA a partir de dados do Imposto de Renda mostra concentração de renda entre 2006 e 2012 – em 2012, os 5% mais ricos do País detinham 44% da renda; em 2006, o percentual era de 40%.
A política econômica heterodoxa não cresce o bolo e também não o distribui de forma mais equitativa.

10. “A oposição faz terrorismo eleitoral.”
Se você compactua com um dos nove pontos anteriores, você é um terrorista eleitoral, egoísta e interessado apenas em si mesmo. Provavelmente, é financiado por um dos candidatos de oposição.
Enquanto isso, a situação acusa a candidata oposicionista de homofóbica e de semelhanças com Fernando Collor. Sim, ele mesmo, parte da base de apoio da….situação.
Seríamos nós, analistas e economistas, os terroristas?

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